O Ministério Público recebeu uma denúncia contra guardas civis municipais de Americana por suposto abuso de poder e agressão durante uma abordagem registrada em vídeos no dia 17 de outubro deste ano. O caso chegou a ser formalizado em um boletim de ocorrência na Polícia Civil.
As imagens, gravadas pela câmera corporal de um dos agentes da Guarda Municipal, mostram um homem já rendido, deitado na calçada e sem apresentar resistência. No vídeo, ele aparece gemendo, sem conseguir falar, enquanto recebe ordens para se levantar e colocar as mãos na cabeça. Mesmo assim, o agente continua desferindo golpes.
A sequência de agressões teria ocorrido na Avenida Brasil, em Americana. Segundo o boletim de ocorrência, outros guardas estavam próximos no momento da abordagem, mas não intervieram na ação violenta, apenas observaram a conduta do colega.
De acordo com o registro policial, os vídeos chegaram de forma anônima ao denunciante, que encaminhou o material ao Ministério Público para apuração. O caso foi classificado no boletim como abuso de autoridade.
Ainda conforme o relato da vítima, após as agressões registradas nas imagens, ele teria sofrido novos ataques e sido lançado de uma ponte sobre uma área de vegetação. Na manhã seguinte, o homem foi socorrido por funcionários de uma empresa, que acionaram uma ambulância. Ele foi levado a uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) com ferimentos considerados graves.
Na unidade de saúde, outra equipe da Guarda Municipal foi chamada e foi responsável pelo registro do boletim de ocorrência diante da gravidade dos ferimentos apresentados pela vítima.
Procurada pela reportagem, a Prefeitura de Americana informou que o trecho do vídeo analisado é inconclusivo, pois não teve acesso à denúncia completa. A administração municipal afirmou ainda que o local mostrado nas imagens não corresponde ao endereço descrito no boletim de ocorrência e que o uniforme dos agentes não seria compatível com o da equipe mencionada no registro.
Em nota, a Guarda Municipal declarou que não é possível reconhecer os agentes que aparecem nas imagens e que, até o momento, não há registro de denúncia oficial sobre o caso junto à corregedoria. A corporação reforçou que não compactua com desvios de conduta e que toda denúncia formal é devidamente apurada por um órgão independente.
O Ministério Público informou que a denúncia será analisada dentro dos procedimentos legais, mas não divulgou prazo nem confirmou a abertura de investigação até o momento.




