A região de Campinas superou, ainda em dezembro, o total de feminicídios registrados em todo o ano de 2024. Com o assassinato de Vanessa dos Santos, de 29 anos, morta a facadas pelo ex-companheiro em Indaiatuba nesta quinta-feira (11), o total de vítimas em 2025 chegou a 23 mulheres, número maior do que as 22 mortes registradas no ano passado inteiro.
O caso de Vanessa ocorreu após ela deixar a filha de 4 anos na escola. Ao retornar para casa, ela foi surpreendida pelo agressor, que não aceitava o fim do relacionamento. Vizinhas relataram terem ouvido pedidos de socorro.
Dois casos graves registrados no mesmo dia
A quinta-feira também teve outra ocorrência de violência extrema contra a mulher, desta vez em Campinas. Uma moradora do Parque Valença 1, de 64 anos, foi agredida a golpes de marreta dentro de casa. Segundo a Polícia Militar, ela foi encontrada inconsciente e levada em estado grave ao Hospital da PUC-Campinas, onde permanece internada.
O agressor, de 79 anos, foi preso em flagrante .
Feminicídios já superam ano passado e se aproximam de 2023
Nos últimos cinco anos, os feminicídios na região têm oscilado, mas 2025 já aparece entre os anos mais violentos. Com 23 casos confirmados, fica atrás apenas de 2023, quando houve 29 mortes no período.
Do total registrado em 2025:
- Campinas lidera com 8 vítimas;
- Mogi Guaçu aparece com 5 casos;
- Hortolândia, com 3;
- Americana, Artur Nogueira, Indaiatuba, Itapira, Monte Mor, Paulínia e Serra Negra tiveram 1 caso cada.
As vítimas tinham entre 15 e 74 anos, e em mais de 13 ocorrências as mulheres foram assassinadas dentro de casa, ambiente que estatisticamente concentra grande parte dos crimes.
Tentativas de feminicídio também aumentam
Além dos assassinatos consumados, os números de tentativas também são elevados. Dados do sistema SPVidas, da Secretaria de Segurança Pública (SSP) de São Paulo, indicam 64 registros de tentativa de feminicídio na região de janeiro a outubro deste ano.
Posicionamento da Secretaria de Segurança Pública
A SSP afirma que o enfrentamento à violência contra a mulher é prioridade do Governo de São Paulo. A pasta destaca que:
- as Delegacias da Mulher com atendimento 24h foram ampliadas em mais de 170%;
- houve aumento no efetivo policial;
- 200 agressores são monitorados por tornozeleiras eletrônicas, dos quais 98 já foram presos por descumprir medidas judiciais.




