O reitor da Unicamp, Paulo Cesar Montagner, marcou para esta quinta-feira (18), às 15h, a retomada da 5ª reunião extraordinária do Conselho Universitário, de forma remota. A sessão vai discutir a proposta de transformar a área da saúde da universidade em autarquia e ampliar a expansão acadêmica.
A decisão ocorreu após duas tentativas frustradas de votação na terça-feira, interrompidas por protestos.
A mudança prevê reunir oito órgãos, incluindo o Hospital de Clínicas e o Caism, sob uma estrutura com presidência, conselho deliberativo e órgãos técnicos. A universidade argumenta que o modelo pode aliviar custos, que devem chegar a R$ 1,1 bilhão em 2025, e permitir investimentos para abrir vagas, ampliar cursos e contratar pessoal.
Segundo Montagner, a autarquização é necessária para aumentar leitos e modernizar os hospitais, o que não tem sido possível no modelo atual.
A proposta, porém, enfrenta resistência. Servidores da saúde decidiram manter a greve iniciada na segunda-feira, com adesão de cerca de 30% da categoria. A paralisação deve seguir até pelo menos 23 de dezembro.
Em assembleia realizada nesta quarta-feira, em frente ao Hospital de Clínicas, servidores e estudantes afirmaram que a mudança vai precarizar contratos e reduzir salários. O sindicato diz que todos os atuais vínculos serão alterados e que a qualidade do atendimento pode cair.
Na terça-feira, manifestantes invadiram duas vezes locais onde o Consu tentava votar a proposta. Pela manhã, ocuparam a sala do conselho na reitoria. À tarde, a reunião foi transferida para uma sala da Funcamp e depois retomada online, mas também acabou suspensa. A reitoria lamentou os episódios e afirmou que práticas incompatíveis com princípios democráticos atingiram a instituição.




