O grande volume de chuva nas últimas semanas reflete na produção e nos preços de verduras, legumes e raízes nas feiras de Campinas. A explicação é que esses produtos são suscetíveis às mudanças climáticas, o que causa retração na oferta e ainda queda na qualidade. Entre as hortaliças folhosas, a alface e a chicória são as que mais chamam a atenção. O valor da primeira subiu 17,6%. A segunda, 20%.
Os dados são da última cotação divulgada pela Ceasa Campinas e confirmam a realidade encontrada por feirantes e clientes na cidade. Feirante no Jardim Nova Europa, Antônio Marcos explica a dinâmica do mercado e conta que teve que repassar o preço pago junto ao produtor. Com uma clientela fixa e acostumado com todas essas variações, ele afirma que a procura e o movimento aumentam em épocas como essa. O motivo é a falta nos mercados, o que leva muita gente para as feiras. Mesmo caros e com qualidade inferior, os produtos se tornam atrativos.
Uma das clientes é Lívia Silva. Mesmo ciente da diferença na mercadoria por conta das chuvas e do preço mais alto, ela saiu com a sacola cheia. Entre os legumes, o reajuste causado pela influência do clima na produção chegou a 28% no caso do quiabo e a 20% na vagem macarrão. Nas raízes, a cenoura teve uma alta de 28%. O percentual também é resultado das dificuldades na colheita, segundo análise da Ceasa.
O mês de janeiro em Campinas teve um total de 355,4 mm de chuvas, superando a média histórica para o mês, que é de 289,1mm. Além disso, a marca entrou para a lista dos oito meses mais chuvosos desde 1988, quando foi instalada a estação meteorológica na Unicamp.