Um homem foi preso em Campinas suspeito de estelionato depois de uma operação organizada pela Secretaria Municipal de Habitação. Ele teria vendido terrenos a pelo menos três famílias em uma área verde e de domínio público. O caso foi descoberto depois de um mapeamento feito pelos agentes da Pasta no bairro São Judas Tadeu, no distrito do Campo Grande.
Eles descobriram o nome do investigado e se dirigiram com a Guarda Municipal ao endereço dele. O inspetor da corporação, Gilberto Alves, afirma que não houve resistência e que o homem confirmou ter feito as vendas irregulares. Levado para a 2ª Delegacia Seccional, no Jardim Londres, deveria ser indiciado por dois crimes.
Pelo menos 12 moradias foram erguidas nos falsos terrenos. Entre as vítimas, pessoas que já moravam no local e outras que ainda construíam. O agricultor Tiago Ramos de Sousa, por exemplo, conta que gastou R$ 10 mil no espaço. Ele chegou a vender o carro para conseguir pagar a quantia e desembolsou ainda cerca de R$ 40 mil na construção, que segue inacabada. Presente na delegacia para prestar depoimento, só conseguia pensar em reaver o dinheiro.
Os acordos foram feitos sem a assinatura de um contrato. Mas para convencer os interessados, o falso proprietário alegou que poderia fornecer uma garantia em papel caso fosse necessário e que toda a área pública pertencia ao pai dele. O coordenador de Habitação da secretaria, Edson Cunha, afirma que a ação que resultou na prisão faz parte de uma série de medidas do órgão para evitar novos adensamentos.
Ele orienta a população sobre a compra de terrenos na região. Com três famílias identificadas até o fechamento desta matéria, a Pasta esperava a identificação de ao menos outras nove. Além da saída do local, todas as construções consideradas irregulares também devem ser demolidas.