O Conselho Universitário da Unicamp decidiu suspender a reunião que definiria os cortes de gastos propostos para enxugar o orçamento de 2018, depois que estudantes invadiram a reitoria no final da tarde desta terça-feira. A reunião começou por volta das 10 horas e desde o início, um grupo formado por cerca de 100 estudantes e por representantes dos servidores ficaram em frente às portarias que dão acesso à reitoria. Oito propostas seriam votadas nesta terça-feira e entre elas estava o aumento de 100% nos valores das refeições nos restaurantes universitários, de R$2 para R$4, a que mais gerou revolta entre os alunos. Porém, essa pauta não chegou a ser votada.
Dos oito itens previstos para votação, seis foram aprovados: a não concessão de prêmios em pecúnia deste ano, a proposta de orçamento dos concursos de livre docência, as duas propostas de não abertura de concursos públicos para novos docentes e pesquisadores até o ano que vem, passar a decisão ao conselho universitário sobre qualquer proposta de ampliação de despesas propostas pela reitoria e o fim da reposição automática dos docentes. Além do bandejão, não foi votada a proposta do corte dos gratificados. A vice-reitora da Unicamp, Tereza Atvars, lamentou a atitude dos estudantes que invadiram a reunião, que se aproveitaram do momento em que a portaria da reitoria foi aberta para a entrada de duas comissões que foram convidadas para participarem da reunião.
Diante da invasão dos alunos, os conselheiros decidiram votar a suspensão e ampliar o debate com os estudantes, para evitar novas ações desta natureza no futuro. A decisão contou com 38 votos favoráveis, 11 contrários e 12 abstenções. Ao anunciar a suspensão da reunião, o reitor Marcelo Knobel disse que espera que haja mais diálogo entre as partes envolvidas. Ele disse ainda que a nova reunião deverá ser marcada rapidamente, já que as questões que serão discutidas são urgentes.
A expectativa é de que as medidas votadas pelo Consu possam gerar uma economia de R$ 25 milhões.