A Fundação Área de Saúde de Campinas, entidade sem fins lucrativos vinculada à Unicamp, recebeu R$ 31,5 milhões para a construção do Instituto de Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço. A verba foi destinada pelo Tribunal Regional do Trabalho, como parte das indenizações por dano moral coletivo, resultante da ação civil pública proposta em 2007 pelo Ministério Público do Trabalho, dentro do caso de contaminação ambiental da Shell-Basf, em Paulínia. Além disso, o Centro Infantil Boldrini também recebeu uma verba complementar de R$ 5 milhões para equipar o centro de pesquisas científicas aplicadas em câncer, que está em fase de construção, orçado em quase R$ 20 milhões também custeados pela indenização.
O instituto de Otorrinolaringologia prestará atendimento médico a população pelo Sistema Único de Saúde. A unidade de saúde terá 3.600 metros quadrados e será construída num prazo de 24 meses, num terreno de 5 mil metros localizado e doado pela Unicamp. Segundo o médico e chefe do Departamento de Otorrinolaringologia da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp, Agricio Nubiato Crespo, a proposta é tornar o instituto uma referência no atendimento dentro do estado de São Paulo.
A presidente do Centro Boldrini de Campinas, Sílvia Brandalise, afirma que o modo como o dinheiro das indenizações está sendo usado vai ter um impacto muito significativo na luta contra o câncer nos próximos anos. Além do Instituto de Otorrinolaringologia e do Centro Boldrini, as verbas da indenização do caso Shell-Basf desenvolveram projetos ligados ao Hospital do Câncer de Barretos, a Universidade Federal da Bahia/Fundacentro, a Fiocruz do Rio de Janeiro e a Fiocruz Pernambuco.
