Dois pesquisadores do Instituto de Química da Universidade Estadual de Campinas participaram de uma pesquisa que pode culminar na solução definitiva para milhões de toneladas de plástico descartadas todo ano.
Ao lado de cientistas do Reino Unido e dos Estados Unidos, eles desenvolveram por acidente uma enzima que consome esse material. A descoberta surgiu a partir de estudos sobre uma bactéria encontrada em um aterro no Japão.
O microrganismo se alimenta especificamente do tipo de plástico PET, usado nas garrafas de refrigerante. O pró-reitor de Pesquisa da Unicamp, Munir Salomão Skaf, explica que a tese é que a bactéria tenha surgido nos anos 40.
Além do professor, o pós-doutorando Rodrigo Leandro Silveira também fez parte das análises da enzima produzida pelo microrganismo, que foi chamada de PETase. Em uma dessas oportunidades, porém, ele conseguiu algo novo.
Ao comparar a estrutura da enzima com outras já conhecidas, denominadas cutinases e capazes de consumir plantas, propôs e fez uma alteração e criou por acidente uma PETase ainda mais eficiente na decomposição do plástico.
Com o resultado, um novo campo se abriu, já que uma das principais intenções é propor melhorias nesta enzima e tentar fazer com que ela seja produzida em escala industrial, já que o plástico consumido pode gerar novas substâncias.
Questionado, o Greenpeace informou em nota que 12,7 milhões de toneladas de plástico vão parar nos oceanos. No comunicado, a organização não-governamental enumera os riscos que o material representa para a natureza.
Além de engasgar tartarugas e aves marinhas, pode parar no estômago de outras espécies, como baleias. No comunicado, por fim, diz que pede aos governos que criem sistemas fechados que permitam a recuperação e a reutilização.