ANA classifica represa de Americana como de alto risco; moradores desconhecem plano de emergência

Represa de Salto Grande, em Americana (Foto: Henrique Bueno)

A represa de Salto Grande, que fica em Americana, na Região Metropolitana de Campinas, recebeu classificação de alto risco, segundo o relatório da Agência Nacional de Águas. O documento foi divulgado em 2017 e referendado em novembro do ano passado apontou que 45 barragens em todo território nacional corre algum risco de desabamento. O número surpreende porque no ano anterior o registro era de 25 represas nessas condições. O assunto ganhou destaque nos últimos dias, por conta da tragédia de Brumadinho, em Minas Gerais.

No caso da represa de Americana, a estrutura apresentou alto risco em duas classificações: naquela que se refere a aspectos da própria barragem que possam influenciar na possibilidade de ocorrência de acidente e também no dano potencial associado, que se refere aos estragos causados em caso de acidente ou rompimento. O que chama a atenção no caso da Salto Grande é que a população que vive próxima a área de alagamento nunca recebeu nenhuma informação sobre a classificação de alto risco de rompimento. Para piorar, essa população jamais foi informada sobre como proceder em situações de emergência, como afirmou Marcelo Moraes, que vive há 20 anos próximo da represa. A afirmação é a mesma do senhor Aldrovano Morais, que mora há 40 anos no local e nunca soube dos riscos oferecidos pela represa do Salto Grande. Ele também disse que nunca recebeu orientações preventivas dos responsáveis.

Na região ainda há outras três barragens que constam na lista disponibilizada pela Agência Nacional de Águas. A represa que também se chama Salto Grande, mas que fica em Campinas, a Jaguari em Pedreira e a Macaco Branco também em Campinas. As duas primeiras têm grau baixo de risco e a última, médio.

Em nota, a CPFL Renováveis esclarece que, em razão de investimentos feitos no ano de 2017, a Pequena Central Hidrelétrica (PCH) de Americana não é mais uma barragem de “Alto Risco”. A empresa informou o órgão fiscalizador (Agencia Nacional de Energia Elétrica – ANEEL) e aguarda a publicação da reclassificação do risco.

Também em nota, a prefeitura de Americana informou que não há nenhuma moradia na área que poderia ser inundada caso ocorresse uma ruptura, por esse motivo moradores não foram contatados. Porém todas as indústrias que estariam sujeitas a inundação estão cientes, tendo em vista que elas tiveram suas construções desenvolvidas às margens do Rio Piracicaba, foram comunicadas da situação. Elas fazem parte e estão dentro do procedimento de emergência, onde ocorrerá um novo exercício de comunicação de alerta de ruptura anualmente.

A prefeitura também disse em nota que a CPFL é a responsável por qualquer monitoramento, reforma, acidente que ocorra na Barragem, porém a Defesa Civil tem o papel de praticar as atividades administrativas e práticas descritas no PAE (Plano de Ação de Emergência) fornecido pela CPFL com a finalidade de se ocorrer uma ruptura, ter um tempo de ação de resposta minimizando impactos. Com isso, o PAE exige a criação do COE (Centro de Operação de Emergência), cujo é uma cadeia de órgãos municipais a serem acionados.

 

 

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