Os advogados que representam a Casa de Umbanda Vó Benedita, que fica na Vila Ipê, em Campinas, ingressaram com uma ação no Ministério Público por intolerância religiosa, depois que sua sede foi alvo de pedradas na última semana. Segundo os umbandistas, o responsável pelo ato teria sido um homem, que frequenta a igreja evangélica que fica em frente ao Centro. As duas entidades religiosas são vizinhas há anos e nunca tiveram nenhum tipo de problema até então.
Mas na semana passada, em um culto uma pessoa responsável pela pregação, teria dito que os terreiros de Umbanda deveriam ser apedrejados. No mesmo dia, o suspeito atirou pedras no local. Durante a semana, os pneus de três carros de frequentadores do terreiro foram furados com pregos. A situação fugiu do controle, quando o mesmo homem acusado de arremessar as pedras teria ameaçado os umbandistas de morte, dizendo que iria em casa buscar suas armas.
No sábado foi feito um Boletim de Ocorrência no 5º Distrito Policial de Campinas. Diante da gravidade das ameaças, as lideranças da Casa de Umbanda decidiram ingressar com a ação no Ministério Público, para que a igreja evangélica seja investigada por suposta intolerância religiosa. De acordo com a líder religiosa do terreiro, Sueli Galerani, a situação é absurda e é contrária a liberdade religiosa no país. A igreja evangélica citada na reportagem foi procurada para esclarecer o culto que teria resultado nas agressões ao terreiro de umbanda, mas ninguém se manifestou.
