Uma pesquisa realizada pelo Conselho Federal de Farmácia, por meio do Instituto Datafolha, constatou que a automedicação é um hábito comum a 77% dos brasileiros. O dado é preocupante, já que a prática pode trazer consequências severas para a saúde das pessoas. Entre os que responderam afirmativamente, 47% disse se automedicar pelo menos uma vez por mês, e 25% pelo menos uma vez por semana.
O estudo do Datafolha detectou ainda uma modalidade diferente de automedicação, a partir de medicamentos prescritos. Nesse caso, a pessoa passou pelo profissional da saúde, tem um diagnóstico, recebeu uma receita, mas não usa o medicamento conforme orientado, alterando a dose receitada. Esse comportamento foi relatado pela maioria dos entrevistados, especialmente homens e jovens de 16 a 24 anos. Em Campinas, a situação é bem comum, principalmente em quadros relativamente mais simples, como uma febre ou dor de cabeça.
De acordo com o presidente do Conselho Regional de Farmácia de são Paulo, Marcos Machado, a pesquisa não chega a ser surpreendente, já que a prática da automedicação era de conhecimento geral. Segundo ele, o estudo foi importante porque deu números à situação. A pesquisa também apontou que 22% dos entrevistados que utilizaram medicamentos nos últimos seis meses tiveram dúvidas, mesmo em relação aos medicamentos prescritos, principalmente no que diz respeito à dose e a alguma contraindicação contida na bula. O mais grave é que cerca de um terço dos entrevistados não procurou esclarecer as dúvidas e, desses, a maioria parou de usar o medicamento.