Para o médico patologista, professor e pesquisador da USP, Paulo Saldiva, as nuvens densas e escuras que cobriram o estado de São Paulo, e principalmente a Capital Paulista, no dia 19 de agosto, serviram como uma lição da natureza.
Na opinião do especialista, o “dia que virou noite” serviu para mostrar como funciona o ecossistema e alertar sobre como as queimadas na região amazônica, a milhares de quilômetros de distância, podem afetar a vida em grandes centros.
Com trabalhos nas áreas de Fisiopatologia Pulmonar e Doenças Respiratórias, Saldiva diz não saber mensurar o quanto o fenômeno afetou a saúde e o bem estar da população justamente por se tratar de uma ocorrência única e isolada.
Porém, usa o exemplo da queima da biomassa em algumas regiões, como no norte e no centro-oeste do Brasil, e dentro das residências, principalmente no caso das mais pobres, para explicar milhões de mortes no mundo anualmente.
O médico participou do Fórum Permanente de Clima e Saúde na Unicamp, que discutiu a saúde e a relação com o clima, as mudanças ambientais globais e o papel dos dados no avanço da compreensão da associação entre clima e saúde.