A falta de conservação de monumentos em Campinas continua incomodando os moradores e frequentadores de praças e parques da cidade. O túmulo a Carlos Gomes sem as flâmulas que adornam o pedestal, que foram furtadas, e o busto de Bento Quirino, depredado e pichado, trazem constrangimento na opinião de Jefferson Donadon.
Paola Silveira trabalha próximo ao Monumento à Mãe Preta, de autoria de Júlio Guerra, na Rua Cônego Cipião. Ela lamenta que a obra, símbolo da cultura africana, esteja em mau estado de conservação, com o granito quebrado e sem a placa de identificação. No caso do busto de Thomas Alvez, na Praça Carlos Gomes, a situação é ainda pior. Só sobrou o suporte. O busto não existe mais. O frequentador, Rodrigo Santos, lamenta o ato de vandalismo.
No Centro de Convivência, o busto de Júlio de Mesquita ainda está lá. Só que todo pichado, assim como o totem próximo à escadaria do Teatro de Arena com um texto de Teotônio Vilela. Para Araci Correa, o Centro de Convivência inteiro passa essa impressão de abandono.
Na Avenida Lix da Cunha, próximo à Avenida Davi Vicente, mais um busto sem identificação chama a atenção. E exemplos não faltam. De acordo com Daisy Serra Ribeiro, coordenadora setorial do Patrimônio Cultural de Campinas, a cidade tem mais de cem monumentos. E, por isso, combater o vandalismo se torna quase impossível, já que a Guarda Municipal tem demandas mais urgentes.
Quanto à recuperação, ela explica que está sendo elaborado um projeto que propõe uma alternativa ao bronze, com boa estética, mas sem valor comercial, que desestimule os furtos. Mesmo com a utilização de um material de baixo custo, o processo de restauração é um procedimento caro.