O início da quarentena pela pandemia do novo coronavírus causou uma correria desenfreada aos supermercados. Com medo do que viria pela frente e ainda com poucas informações sobre o covid-19, consumidores lotavam os carrinhos e, mesmo alertados pelas autoridades de que não faltariam alimentos e produtos de higiene, faziam estoques em casa.
Mais de um mês após o decreto de isolamento social, a situação mudou. O movimento já não é tão grande. As empresas precisaram se adaptar rapidamente para manter a clientela e principalmente não deixar de vender produtos perecíveis, com curto prazo de validade. Cada vez mais, o delivery tem sido opção. Sem precisar sair de casa, os clientes escolhem os produtos pela internet e recebem sem enfrentar filas e aglomerações.
Algumas redes já trabalhavam com entregas e outras faziam parcerias com aplicativos, mas todos foram pegos de surpresa com a demanda pelo serviço. Osvaldir Silva Júnior, diretor de e-commerce dos supermercados Pague Menos, relata um crescimento acima do esperado.
A procura pelas entregas pode ter aumentado antes do esperado, mas o diretor regional da Associação Paulista de Supermercados, a APAS, José Luís Alves de Matos, acredita que a ferramenta veio para ficar e vai precisar até ser aprimorada.
O diretor regional da APAS diz ainda que o delivery é uma nova adaptação para os vendedores porque os gastos dos clientes nas lojas físicas dos supermercados estão caindo.
As compras online nos supermercados requerem uma adaptação, já que o consumidor não está vendo o produto que vai adquirir, como um alimento, por exemplo. O diretor de e-commerce do Pague Menos afirma que as empresas têm facilitado o acesso e a praticidade do serviço via internet.
Segundo os representantes dos supermercados, o crescimento do delivery não vai fechar postos de trabalho no setor. A tendência é o remanejamento de funcionários para dar conta dos pedidos online.