O aumento de confirmações da covid-19 em Campinas é linear e não exponencial ou algorítmico como em outras localidades, de acordo com a diretora do Departamento de Vigilância em Saúde, Andrea von Zuben.
Com base em um balanço feito até o dia 12, ela afirma que os casos semanais são crescentes: saíram de 13 registros entre 2 e 8 de março, para 101 entre os dias 4 e 10 de maio. Para ela, porém, os dados seriam piores sem o isolamento.
“Diferente de algumas cidades, regiões e países, nosso aumento é linear e não logarítmico, ou exponencial. Então, se o isolamento social não tivesse sido instituído, provavelmente a nossa curva seria exponencial e não linear”, alega.
A responsável pelo Devisa ainda mostrou que a maior taxa de contaminação é da população entre 20 e 29 anos. Até o dia 12, eram 350 pacientes e dois óbitos. A maior letalidade, porém, é percebida dos 80 aos 89 anos, com sete mortes.
Por esse motivo, alerta que a incidência maior de doentes menos graves entre os mais jovens eleva o risco aos mais velhos, que são mais suscetíveis aos sintomas e problemas decorrentes. Os resultados são parecidos aos de outros lugares.
“Claramente o maior número de casos é na população dos 20 aos 29 anos. E aí começa a ter mais óbitos quanto maior a idade das pessoas. Quando a gente olha dos 90 aos 99 anos, por exemplo, a gente tem 66,7% de letalidade”, mostra.
Todos os dados foram detalhados durante o debate público da Câmara sobre o coronavírus. Na audiência, que foi feita por videoconferência, von Zuben também respondeu sobre os primeiros infectados e o início do surto na cidade.
Segundo ela, não há indício de que a contaminação possa ter começado durante o carnaval. Na época, afirma que somente casos importados foram reportados e alega que o vírus se espalhou a partir de pessoas que voltaram de viagem.
