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Epidemiologista alerta sobre contágio real

Foto: Valéria Hein

Para o médico e epidemiologista da Faculdade São Leopoldo Mandic, André Ribas Freitas, poucas pessoas tiveram contato direto com o coronavírus no Brasil, o que pode indicar que os números do contágio devem ser maiores.

Além disso, acredita que as comparações feitas no começo do surto foram inadequadas e levaram a um entendimento inicial de que a covid-19 não era tão grave quanto de fato é, principalmente sobre a capacidade de transmissão.

“As comparações feitas no começo foram muito inadequadas ao dizer que a mortalidade era mais baixa que a influenza, porque desde a descrição dos casos na China já estavam claras a gravidade e a capacidade de transmissão”, diz.

Altamente contagioso, o coronavírus circulou primeiro por grandes cidades e regiões mais populosas, como São Paulo e Rio de Janeiro, mas agora se espalhou por outros centros, como Manaus, e se expandiu ainda pelo interior.

Ainda assim, a porcentagem de pessoas que tiveram contato com o vírus é pequena, se comparada ao número total de moradores de cada local. A adoção do isolamento social, no entanto, evitou um colapso nos sistemas de saúde.

“É preocupante qualquer tipo de tentativa de diminuir o problema. A proporção de pessoas que já tiveram contato é muito pequena e, mesmo assim, já houve esse total de óbitos. E esse número é pequeno perto do que poderia ser”, opina.

O percentual baixo de brasileiros expostos ao vírus foi apontado por uma pesquisa feita pela Universidade Federal de Pelotas, no Rio Grande do Sul, através de um inquérito soroepidemiológico feito em várias regiões do Brasil.

O médico e epidemiologista ainda comentou outros estudos. Para ele, é possível ficar otimista com os avanços dos trabalhos para a composição e a descoberta de uma vacina contra a covid-19, principalmente pelo esforço maciço mundial.

Ribas ainda criticou o fato das pessoas se contentarem com o uso da máscara sem considerar o risco de contágio em 30% mesmo com a proteção. Para ele, uma ida ao supermercado, por exemplo, não pode ser vista como um passeio.

“A proteção da máscara gira em torno de 70%. Ou seja, ela permite a infecção em 30%. Se eu levar cinco pessoas em um local, é como se o contágio fosse equivalente a uma pessoa. Então, não adianta usa a máscara”, reclama ele.

As afirmações foram feitas durante a conversa ao vivo no perfil oficial da CBN Campinas no Instagram. A entrevista integra a série CBN em Casa e foi feita pelo coordenador de jornalismo e apresentador da emissora, Flávio Paradella.

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