Os vizinhos da UPA Carlos Lourenço, em Campinas, estão preocupados com o fechamento do local para atendimento exclusivo de pacientes com covid-19. Além do medo do contágio pela proximidade com infectados, o temor é pela falta de atendimento a pessoas com outros problemas de saúde, ou doenças.
O prédio, aberto em 2019 após anos de atraso, sempre foi motivo de críticas e reclamações e só passou a funcionar por 24h em abril, já durante a pandemia.
Iara de Souza critica a indicação para que os moradores busquem os centros de saúde Orosimbo Maia, Esmeraldina, Paranapanema, São Vicente e Vila Ipê. Para ela, nenhum dos locais possui capacidade para suportar a demanda da UPA, que é maior. Por isso queria que outra medida fosse tomada pela cidade.
“Deveria colocar mais leitos em hospitais grandes, como a Policlínica e o HC. E dá medo porque os casos vêm pra cá e o contágio pode ser bem maior”, diz.
A unidade do Carlos Lourenço amanheceu com os portões fechados e com avisos informando sobre a mudança. Do lado de fora houve movimentação. Uma funcionária confirmou que a adaptação ainda acontecia. Em uma das entradas, com dois vigilantes, peças metálicas e caixas estavam perto da porta.
A previsão da Prefeitura era de que a alteração começasse às 10h, quando o local passaria a ter 28 leitos, sendo 25 de retaguarda e três de estabilização para UTI.
Não foram vistas ambulâncias com pacientes sendo transferidos. A informação oficial é de que os internados da UPA foram levados a outros hospitais na terça. Além da Carlos Lourenço, o Hospital Metropolitano também começou a atender exclusivamente a covid-19, com 15 leitos de UTI e 28 leitos de retaguarda.