O Conselho Municipal de Saúde de Campinas questiona o uso da UPA Carlos Lourenço para atendimento exclusivo da covid-19. A entidade alerta para o risco de desassistência e aponta os leitos do Hospital de Campanha como solução.
A opinião é da presidente do conselho, Nayara de Oliveira, que diz que a estrutura montada na sede dos Patrulheiros possui espaço para ativar mais 60 leitos de retaguarda, o que evitaria a restrição a outros atendimentos na UPA.
“Por que não foram ativados esses leitos e já foram criadas as vagas na UPA, que é para estabilização? É bastante temerário, porque vai criar desassistência, sendo que poderia ser feito algo com o hospital de campanha”, critica ela.
A Unidade de Pronto Atendimento do Carlos Lourenço passou a funcionar com 28 leitos no total. Destes, 25 de retaguarda e três de estabilização, que são utilizados quando há a necessidade do paciente ser transferido para a UTI.
Com isso, os moradores da região foram orientados a procurar centros de saúde próximos. Entre eles, o Orosimbo Maia e o Esmeraldina. Mas para Nayara, a medida deve desorganizar o sistema durante a alta procura na pandemia.
“São atitudes que vão desorganizar e reduzir o acesso da população, que continua sofrendo com as outras doenças. Não sabemos, por exemplo, quais as equipes mínimas de cada plantão da UPA antes e agora com a internação”, diz.
A Rede Mário Gatti de Urgência, Emergência e Hospitalar informou por meio de nota que a medida foi tomada “para ampliar o atendimento de covid-19 e possibilitar que a rede tenha mais uma retaguarda para os infectados”.
O texto diz que, além dos leitos, o local “tem 12 kits de UTI, com respiradores e monitores cardíacos”, pede a compreensão da população, lembra que o fechamento é temporário e que o atendimento será feito em centros de saúde.
Além disso, alega que “os casos urgentes deverão buscar atendimento na UPA São José e no Pronto-Socorro do Hospital Mário Gatti” e que mais 30 leitos de retaguarda serão abertos no Hospital de Campanha, que vai totalizar 84.
Conforme o comunicado, estão disponíveis mais três leitos no Hospital Beneficência Portuguesa e 28 no Hospital Metropolitano, que já conta com 15 vagas de UTI. Em breve, serão abertos 13 comuns e 10 de UTI na Santa Casa.