Estudo aponta que isolamento social não determina crise

Foto: Flávio Botelho

Um estudo realizado pela Universidade Estadual de Campinas, a Unicamp, aponta que as cidades que estabeleceram isolamento social mais severo como política para tentar barrar o avanço da pandemia da Covid-19 não tiveram pior desempenho econômico em relação às que foram menos rígidas.

A pesquisa, realizada com base em dados de 104 municípios paulistas analisou o período entre março e junho de 2020, mostrou também que o efeito das medidas de restrição foi positivo para conter o avanço no número de casos e mortes. Na prática, os pesquisadores puderam constatar que o isolamento é capaz de diminuir a propagação do vírus, mas por si só, não é fator determinante para a crise econômica.

Para fazer a análise, o estudo, que foi realizado em parceria com a Universidade do Texas, avaliou a relação entre o percentual de isolamento social de cada município e índices econômicos como a arrecadação de ICMS e o saldo de empregos, conforme explica o professor do Instituto de Economia da Unicamp e coordenador do projeto de pesquisa, Alexandre Gori Maia.

Os dados da análise também demonstraram que as políticas públicas para a contenção da pandemia são mais eficazes se aplicadas de forma regional e que o isolamento se mostra mais eficiente nas cidades mais vulneráveis do Estado. Uma das hipóteses é que nesses locais seja mais difícil manter as regras de distanciamento.

Os 104 municípios de São Paulo que foram analisados no estudo concentraram cerca de 91% dos casos da Covid-19 no Estado.

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