Uma força-tarefa envolvendo a Receita Federal, o Ministério Público e a Polícia Federal de Piracicaba cumpriu, na manhã desta segunda-feira, onze mandados de busca e apreensão em nove cidades brasileiras, incluindo Valinhos, Paulínia e Indaiatuba, na região de Campinas para desarticular uma quadrilha especializada na adulteração de combustível. O esquema teria movimentado R$ 270 milhões tributos federais sonegados.
De acordo com o Ministério Público, a região de Campinas costuma ser utilizada como base para este tipo de crime em razão das refinarias que estão instaladas na área, conforme explica o promotor Alexandre de Andrade Pereira.
No ano passado, duas pessoas foram presas, em Santo André e Campinas suspeitas de chefiar esquema de adulteração e importação ilegal de compostos na primeira fase da operação batizada “ARINNA”. A investigação teve início em razão de abordagens realizadas pela PRF a veículos em rodovias federais no estado de São Paulo, nas quais foram flagradas adulterações do Arla32.
Os casos foram encaminhados para o MP que conduziu as investigações e descobriu que se tratava da adulteração de combustíveis, que culminou na primeira etapa realizada em novembro de 2020. Os adulteradores utilizam a substância química Nafta que é muito semelhante a gasolina e que tem um custo menor.
As empresas Sun Energy Indústria e Comércio, Importador e Exportador de Lubrificantes e Aditivos Eireli e a Confidence Trading Comércio, Importação e Exportação de Produtos Químicos Eireli, alvos da primeira fase da operação, comercializaram, aproximadamente, R$ 82 milhões de Nafta.
As operações de importação e comercialização dos produtos, foram feitas com contas de terceiros e movimentaram R$ 490 milhões em três anos.
Com autorização judicial para quebra dos sigilos fiscais e bancários, foi possível identificar o caminho percorrido pelo dinheiro e chegar aos mentores do esquema criminoso. A estimativa é de todos os investigados na segunda fase tenham movimentado R$ 4,8 bilhões.