As preferências de Eudes Donizete Pereira, 56 anos, estão na ponta da língua do neto Theo.
E há alguns dias, a lista de coisas que Eudes mais gosta, como o churrasco em família, e o time do coração, também estão na porta de entrada da área onde ele permanece internado em razão das complicações causadas pela Covid 19, no hospital da PUC Campinas.
O aposentado, que esteve intubado por quase um mês e ainda não respira sem a ajuda de aparelhos, tem recebido os cuidados médicos em meio a conversas e músicas que podem ajudar a trazer à tona boas memórias, e fazer com que o tratamento e a distância da família sejam menos dolorosos, como explica Thaís Bezerra, coordenadora do Serviço de Psicologia do hospital.
Segundo a psicóloga, com a biografia do paciente em mãos, o atendimento hospitalar passa a ser mais individualizado e humanizado, porque permite que os profissionais da saúde conheçam a pessoa e possam, durante os procedimentos, conversar sobre seus gostos e até mesmo, tocar as músicas preferidas.
O projeto teve início nesta semana. E para Hector, o filho de Eudes, o conhecimento sobre o pai, além das fotos e vídeos que têm sido enviadas pelos familiares para a equipe do hospital, é a forma da família participar do tratamento.
E para os pacientes, o carinho da família também serve como remédio.