Um estudo realizado pela PUC Campinas aponta que a instalação do BRT vai melhorar a mobilidade, o trânsito e a acessibilidade, mas poderá afetar de forma negativa as áreas de comércio e serviços da cidade.
De acordo com pesquisadores do programa de Mestrado em Sustentabilidade da PUC, que analisaram cinco pontos na extensão do Corredor Ouro Verde, o projeto prevê que o fluxo de pessoas seja concentrado no canteiro central o que deverá diminuir o número de pedestres nas calçadas laterais, que ficam mais próximas aos estabelecimentos, segundo a pesquisadora Renata Covisi Pereira.
Para a pesquisadora, algumas adequações podem fazer com os efeitos negativos na economia local sejam amenizadas, entre elas, a possibilidade do usuário da entrada e saída da mesma plataforma por determinado período de tempo, sem a cobrança de uma nova tarifa, além de incentivos fiscais.
O BRT é a maior obra de mobilidade urbana já realizada em Campinas, com investimentos da ordem de R$ 450 milhões e deve melhorar a qualidade do transporte para cerca de 450 mil pessoas, ou 40% da população da cidade. O Sistema inclui três corredores: Campo Grande, Ouro Verde e o Perimetral, que faz a ligação entre os dois primeiros.
Segundo a análise feita pela PUC, os demais aspectos foram avaliados de forma positiva, já que as novas estruturas estão sendo planejadas contemplando os temas de acessibilidade, segurança e coleta de resíduos. Além disso, há uma tendência de redução de emissão de poluentes.
Sobre o impacto no comércio, a prefeitura de Campinas informou que ainda não há condições de fazer nenhum tipo de afirmação porque as obras do BRT estão sendo concluídas e a alteração do sistema ocorrerá futuramente, quando a licitação para a operação estiver finalizada. Segundo a administração, haverá mais fluxo de pessoas ao longo dos corredores, mas isso não quer dizer, necessariamente, que haverá impactos nas calçadas laterais. A prefeitura ressalta ainda que, entre os benefícios haverá redução da ordem de 30% no tempo de viagem.
Por fim, segundo a prefeitura a conclusão total da obra está prevista até o final do ano, caso não haja mais atrasos em razão da pandemia.