As apreensões de celulares nos presídios do complexo Campinas-Hortolândia aumentaram 93% entre janeiro e maio deste ano em comparação com o mesmo período do ano passado. Segundo dados do Sindicato dos Agentes de Vigilância e Escolta, somente no complexo, que é conhecido também como Carandiru Caipira, os agentes apreenderam neste ano 304 celulares, contra 21 no mesmo período do ano anterior.
Houve também uma mudança em como itens como drogas e celulares entram nos presídios, conforme relata o presidente do sindicato, Antônio Pereira. “Houve uma mudança, antes companheiras e mães escondiam os objetos e tentavam entrar, e esse perfil foi mudando um pouco, com a covid-19 houve ocasiões em que as visitas foram suspensas, e hoje há um número muito grande de drogas vindo pelo correio e apreensões feitas nas imediações do complexo penitenciário”.
Segundo Pereira, fiscalizar e coibir este tipo de ação é muito difícil diante do que é permitido atualmente, e do número de agentes que trabalham no complexo. “O complexo penitenciário compreende 1 milhão de metros quadrados, cercados por muros, e os objetos ficam ocultos em matas, em uma situação que não é fácil a localização. A vigilância de guarda armada da muralha é proibida pela Administração Penitenciária. O Ataliba Nogueira tem mais de 2 mil presos e um número muito reduzido de funcionários, e a única possibilidade são as rondas externas”.
A região de Campinas é a que concentra o maior número de presídios do país. São quinze unidades ao redor da metrópole. E na relação preso/agente, são 6 detentos para cada profissional da segurança, segundo dados do sindicato.
O complexo Campinas-Hortolândia fica no limite entre os municípios, com sete unidades prisionais distribuídas entre as cidades, sendo três penitenciárias, incluindo uma feminina, dois Centros de Detenção Provisória e dois Centros de Progressão Penitenciária.