Logo após a prefeitura de Campinas anunciar nesta sexta-feira a publicação de um decreto que restringe a atuação do comércio e serviços, a Abrasel, entidade que representa bares e restaurantes, criticou a decisão e questionou as ações da prefeitura no combate à pandemia. A partir desta segunda-feira, todas as atividades no município serão encerradas às 19 horas, quando começa a vigorar o toque de recolher.
Matheus Mason, presidente da entidade, afirma que estabelecimentos que seguem os protocolos acabam penalizados com a medida. “É uma notícia extremamente ruim, que fará com que muitos estabelecimentos que trabalham dentro da regra sejam extremamente penalizado, com pouca chance de sobrevivência e muita chance de altas demissões”.
Segundo a entidade, o decreto vai trazer ainda mais prejuízos ao setor, que tem 52% do faturamento no movimento noturno e 30% das casas (hamburguerias, pizzarias, lanchonetes e bares, por exemplo) abrem para atendimento após as 18h.
Um levantamento feito pela Abrasel nesta sexta-feira, aponta o fechamento de 25 leitos de UTIs – 15 do Sistema Único de Saúde municipal e outros dez do Sistema Único de Saúde estadual – desde o dia 7 de abril, pico de internações no auge da segunda onda. “Será que com esses 25 leitos, precisaríamos fechar?”, questiona o presidente da entidade.
De acordo com a prefeitura, no momento são 163 leitos disponíveis na rede municipal, sendo que 160 deles estão ocupados, o que corresponde a uma taxa de ocupação de 98,15%.
Para a Abrasel, punir setores produtivos tem sido a saída mais fácil encontrada pelos governantes, quando deveriam ter maior rigor na fiscalização e punição de eventos clandestinos e com aglomerações.