Os lojistas de Shoppings de Campinas, que já vinham sofrendo com a crise econômica, mesmo antes da pandemia, vivem um momento dramático. Desde o início da pandemia, foram 120 lojas fechadas. O que mais preocupa, de acordo com Gustavo Maggioni, presidente da Comissão de Shoppings Centers da OAB Campinas, é que esses fechamentos não param de ocorrer.
Além dos próprios lojistas, com investimentos de uma vida sendo arruinados, outra preocupação apontada por ele é o desemprego no setor. “Esse número preocupa porque reflete desemprego no setor, com mais lojas que serão fechadas ao ongo dos meses, que dificilmente serão reabertas”. Os decretos estaduais e municipais e as regras do Plano São Paulo determinando constates fechamentos, restrições e mudanças de horários no Comércio desestabilizaram o setor a tal ponto que muitos não conseguiram faturar nem mesmo para pagar o alugueis.
Para Maggioni, a perspectiva para o próximo semestre não é positiva, uma vez que ainda existem restrições para o funcionamento do Comércio e os descontos concedidos pelos shoppings não são suficientes. Ele contabiliza 18 ações de despejo de Shoppings contra lojistas no momento. “Os descontos concedidos aos lojistas não são suficientes e com isso 18 ações de despejo já foram promovidas pelas administradoras contra os lojistas”
De acordo com o Lojista e presidente da Associação de Lojistas do Shopping Center Iguatemi Campinas, José Eduardo Favaretto, essa situação se agrava ainda mais se for levado em consideração que os alugueis das lojas sofrem reajuste anual pelo IGPM, que acumulou alta de 35% nos últimos 12 meses. “Nos meses de fechamento total das atividades houve redução dos custos de ocupação, mas devido à dificuldade enorme qualquer custo é custo. O maior problema agora é o IGPM, que está muito elevado”.
Outro fator que tem preocupado Favaretto é que depois de enfrentarem tantas restrições e fechamentos repentinos, sem tempo suficiente nem para um mínimo planejamento, eles agora estão sem fôlego para esperar pela retomada, que deverá ocorrer com avanço da vacinação. “O fechamento foi durante muitos meses, com a impossibilidade de faturar um real sequer e mesmo com a reabertura o movimento não voltou ainda ao que era antes”.
A categoria aponta ainda a falta de apoio dos governantes, que, segundo ela, fecharam a Economia, sem oferecer apoio, como renúncia fiscal, linhas de crédito, ou qualquer outro tipo de contrapartida para a sobrevivência das empresas, em especial os pequenos e médios empresários lojistas.