Moradores do bairro Parque Jambeiro, em Campinas, reclamam de um descarte irregular em um terreno ao lado do Parque das Águas. Segundo informações, a Prefeitura realiza o desassoreamento da lagoa há 5 anos e usa esse espaço para descartar terra, areia e outros resíduos. Nos últimos 3 anos a quantidade tem sido grande.
Luiz Filipe de Castro é advogado e morador do bairro. Para ele e os vizinhos, são diversos os problemas causados por esse descarte. O primeiro é que a área é de proteção ambiental e consequentemente a natureza tem sido afetada. Há também muita sujeira e poeira que entram nas casas da região, os caminhões que fazem esse descarregamento também deixam lixo e causam barulho logo pela manhã e o número de insetos aumentou na região.
Outra reclamação é que assaltantes podem usar esse local para se esconderem e os furtos no bairro tem crescido nos últimos meses, segundo informações dos moradores.
Luiz comenta que há um boato de aproximadamente 15 anos sobre o que seria feito nesse terreno.
“Há pelo menos uns 15, sempre existe o boato de que ali nesse terreno iria ser construído ou um posto de saúde ou então uma creche, uma escola, alguma coisa do tipo. Então sempre que começa esse descarte de terra, de areia, a própria população, boa parcela fala ‘não, eles estão querendo fazer algo legal para a gente’, só que isso nunca vem e nós não temos informação nenhuma se isso é real, não tem uma placa de obra da prefeitura de investimento, não tem nada.
Outro problema é que no local não há nenhuma placa com informações se esse descarte é feito pela Prefeitura. Luiz afirma que os moradores gostariam que esse local fosse usado para uma melhoria para o bairro Jambeiro.
“A população da região, daqui da comunidade sempre quis, como eu comentei, a criação de um posto de saúde para o Parque Jambeiro, ou uma nova escola, nova creche. Seria muito importante para a região. A quantidade de moradores aumentou exponencialmente nos últimos anos devido aos inúmeros prédios e condomínios.”
Em nota, a Prefeitura de Campinas informou que a Secretaria de Serviços Públicos realiza há um mês o desassoreamento da lagoa maior do Parque das Águas e que o trabalho deve continuar por mais 15 dias. Foi divulgado ainda que o período de estiagem é o ideal para esse serviço, que é feito entre 8h e 16h, e que os sedimentos estão armazenados neste momento em uma área não urbanizada que faz parte do próprio Parque.