Para o infectologista da PUC-Campinas, André Giglio Bueno, todas as vacinas contra covid-19 disponíveis pata os adultos devem ser seguras e eficazes se aplicadas em adolescentes e crianças.
Segundo ele, ainda que somente a Pfizer esteja liberada para ser oferecida a partir dos 12 anos e que exista a expectativa também para a CoronaVac, nada coloca em dúvida os demais imunizantes.
Enquanto as doses fabricadas pela farmacêutica americana foram autorizadas pela Anvisa em junho, estudos mostram dados positivos sobre a vacina da chinesa Sinovac Biotech dos 3 aos 17 anos.
“Não haveria motivo para não serem efetivas e seguras em menores, visto que todas são aptas para adultos. Então, o natural é que todas essas vacinas para adultos sejam usadas em crianças”, diz.
Questionado se o resultado da vacinação pode ser o mesmo notado principalmente em idosos, com redução de internações e mortes, Giglio cita as infecções de pessoas mais jovens como exemplo.
De acordo com ele, conforme a imunização das maiores faixas etárias fica completa, é natural que os casos mais graves se desloquem para os mais novos, ainda que isso seja cada vez mais raro.
Além disso, ressalta a importância de se controlar o contágio em todas as idades, já que relaciona os casos mais graves e os óbitos de crianças, adolescentes e jovens à grande circulação do coronavírus.
“Em termos absolutos pode ser que a gente veja mesmo. Mas isso vai depender da circulação viral, porque a ocorrência de casos graves em jovens prova que a circulação está muito alta”, explica.
Dos 120.382 moradores que tiveram covid-19 em Campinas, cerca de 7,5 mil tinham entre zero e 19 anos. Neste mesmo público, foram nove mortes entre os 3.909 óbitos relacionados à doença.
Para o infectologista, ainda que o número comprove a menor incidência abaixo dos 19 anos, todos os registros poderiam ser evitados com o controle do vírus e através também da vacinação.