O setor da construção civil teve um aumento de 11% no ano passado, em relação aos números de 2019. Mesmo com os impactos da pandemia do coronavírus, o crescimento superou a expectativa de 8% projetada para o período.
Segundo Waldir Abreu, economista e superintendente da Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco), os planos que a população havia postergado foram retomados com o isolamento social.
“Na medida em que você fica em casa, utiliza mais a sua habitação, você percebe uma série de dificuldades que você tem para viver com conforto e você precisa fazer as melhorias necessárias para que fique nessa habitação, seja casa ou apartamento.”
Porém, para Waldir, o aumento da carga tributária no setor de construção civil no estado de São Paulo trará impactos negativos, já que a população não tem dinheiro sobrando para gastar. Ele afirmou também que o setor vinha de aproximadamente quatro anos de estagnação e precisava de bons números. Para o segundo semestre é preciso cautela.
“Já está faltando sensibilidade achando que o setor está indo muito bem, que o consumidor está comprando bastante, então vamos aproveitar para aumentar a carga tributária. O que vai acontecer? Já não está tão bem, nós já estamos nos últimos dois meses com uma certa insegurança, porque o consumir já está com uma renda menor, a inflação já mostrou a sua cara de novo.”
Sobre o estoque para o mercado de construção civil, o economista afirma que está mais estável neste momento, mas que os preços estão muito altos e acima do que o morador espera.
“A gente tem normalidade de estoques, nós não temos grandes rupturas de materiais, por outro lado os preços já estão muito salgados, mais altos do que deveriam estar. E quando volta a normalizar isso? Nós precisamos ter um tempo para ter essa economia de escala restabelecida e para esses custos da indústria baixarem e ela poder baixar preço também.”
A expectativa para 2022 da Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção é um crescimento de 3,5% no setor.
