Mulheres de baixa escolaridade são as principais vítimas de atos de violência cometidos entre idosos. Os dados fazem parte de um estudo realizado no Programa de Pós-Graduação em Gerontologia da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp com base em informações coletadas do Sistema de Notificação de Violência em Campinas (SISNOV), da Prefeitura Municipal, durante 11 anos.
A pesquisa também apurou que o abandono e a negligência são as principais formas de violência sofridas pelas pessoas acima dos 60 anos em na cidade. Para Emmanuel Sousa Lopes, Doutor em Gerontologia pela Unicamp, embora os dados sejam subnotificados, já que a pesquisa leva em consideração casos de pessoas que foram atendidas por algum tipo de equipamento público de saúde, a pesquisa reflete a realidade enfrentada em todo País, em que a situação de vulnerabilidade social amplia os riscos para essa população.
“Os idosos que estão expostos a de maior vulnerabilidade social, tendem a ser maiores vítimas de violência, sofrerem mais agressões. Muitos idosos sequer sabem que estão sendo vítimas de violência”, explica Emmanuel.
Ainda de acordo com o estudo, outros tipos de violência enfrentados pelas pessoas idosas são as agressões psicológica, física e financeira. E os responsáveis pelos abusos costumam ser muito próximos das vítimas. Mais de 90% destas situações ocorrem em casa e, em cerca de 56% dos episódios, os autores das agressões são os filhos.
“Existe um número muito grande de subnotificações, até pelo medo e do receio destes idosos em realizar essas denúncias pelo fato da maioria deles viverem com esses agressores dentro de suas residências”, afirma o especialista.
