O Departamento de Vigilância em Saúde de Campinas descarta a necessidade de usar a vacina da Pfizer como segunda dose da AstraZeneca. A medida foi autorizada pelo Ministério da Saúde devido aos estoques baixos do imunizante da Oxford pelo País, mas a cidade nega ter o problema.
Em resposta oficial, a Prefeitura afirma que “cabe ao governo do estado provisionar as doses e enviar para as cidades” e que “até agora, a Saúde de Campinas não encontrou dificuldades”. A diretora do Devisa, Andrea von Zuben, inclusive, diz que todas as doses e datas estão garantidas.
“Foi solicitado aos municípios que não armazenassem e não vamos ter problema de armazenamento. Se fossem chegar mil, por exemplo, usamos 500 e 500 são guardadas. Então o estado não tem a mesma realidade e vai ter segunda dose para todos na data correta”, defende.
A PhD em biomedicina, Mellanie Fontes-Dutra, explica que a alternativa autorizada pelo ministério é segura e apresenta resultados que indicam até melhora nos níveis de proteção. Apesar de aguardar mais dados, os estudos indicam que a resposta imunológica pode ser maior.
“Existe, além da proteção e da segurança na combinação desse uso, um ganho principalmente na resposta imunológica. Ainda aguardamos dados de efetividade, mas a gente já observa que há uma indução de uma resposta bastante boa principalmente da AstraZeneca com a Pfizer”, detalha ela.
A nota técnica do Ministério da Saúde sobre o assunto diz que a troca desses imunizantes é recomendada “em situações de exceção” e “onde não for possível administrar a segunda dose da vacina com uma vacina do mesmo fabricante”, seja por contraindicações ou por falta de doses.
Uma das principais vacinas desde o início da vacinação, a AstraZeneca reduziu o volume de remessas ao Brasil. Depois de entregar cerca de 60 milhões de doses entre abril e junho, em julho foram enviadas 14,5 milhões de doses, e a previsão é que em agosto cheguem 11,6 milhões.