Para infectologista, fim das restrições é ato irresponsável

Foto: Arquivo/CBN Campinas

O fim das restrições contra a Covid-19 no estado de São Paulo tem dividido opiniões.

A liberação aos comerciantes, que agora podem trabalhar com 100% da capacidade e sem limite de horário passou a valer na terça-feira, dia 17 de agosto, após anúncio feito pelo governador João Dória (PSDB), que autorizou a mudança para todo o estado de São Paulo.

Segundo Raquel Stucchi, infectologista e professora da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp, a atitude do governador foi irresponsável.

“Eu ia falando que é até irresponsável. Nós já fizemos isso em novembro, onde a gente não tinha variante nenhuma, uma preocupação maior, e vimos o que aconteceu no começo deste ano e como foi esse nosso primeiro semestre, horror e muita tristeza. A chance de nós termos, em um curto intervalo de tempo, momentos parecidos ou iguais ou até piores é muito grande com ela liberalidade para todo mundo fazer tudo.”

A doutora enfatiza que apesar da vacinação estar avançada, a variante Delta veio para nos preocupar, porque é mais transmissível. Na região de Campinas, a variante de origem indiana já foi encontrada em Valinhos e Mogi Mirim.

“Nós temos gráficos dos Estados Unidos, Israel, Reino Unido que mostram que a variante Delta ela vai de 10%, 5% ou de nada e depois começa a se espalhar, em um período de quatro a seis semanas ela é 90% dos vírus circulando onde ela chega. Então ela é muito espaçosa, atrevida, ela se transmite em local aberto e a medida eficaz de combater é termos a vacinação completa de maior parte da população e uso das medidas de barreira.”

Sobre a imunização, Rachel afirmou que todas as vacinas são seguras, mas que agora os pesquisadores podem entender melhor sobre o tempo de proteção, como por exemplo no caso da morte do ator Tarcísio Meira. A infectologista afirma que não houve falha na eficácia do imunizante, mas sim uma perda de eficiência devido ao tempo. Isso demonstra que será necessário vacinar a população novamente.

“A proteção, que era uma coisa que a gente não sabia, lembra que a gente falava vamos ver quanto tempo dura a proteção conforme a vacinação for andando, as duas doses da vacina (que são de duas doses) nos protege mais ou menos por seis meses e pois disso vai diminuindo. A diminuição da proteção de duas doses, depois desses seis meses, ela acontece para todas as vacinas de todos os laboratórios.”

Com a autorização das novas medidas feitas pelo Governo do Estado, estão proibidos apenas shows com público em pé, pistas de dança e torcida em estádios de futebol ou outras modalidades. Essas atividades devem ser autorizadas em 1º de novembro.

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