As seis obras que estão paralisadas em Campinas, apontadas num relatório do Tribunal de Contas do Estado de SP de abril deste ano, geram a insatisfação de moradores da cidade. Entre elas, a obra da Maria Fumaça, por exemplo, que prevê a ampliação da Estação Anhumas até a Praça Arautos da Paz, no Taquaral, acabou se transformado num “elefante branco”.
As obras começaram em 2010 e foram paralisadas. Em julho de 2014, foram retomadas. No relançamento, o então prefeito de Campinas, Jonas Donizete, explicou que o custo estimado era de R$ 5 milhões. Deste total, R$ 1 milhão viria de um convênio com a Caixa Econômica Federal e o restante, do Fundo Municipal de Apoio ao Turismo, além de um possível TAC.
No entanto, algumas estruturas e vigas foram montadas e agora abandonadas em locais, como as proximidades da Praça Arautos da Paz. O morador, Fábio Romero Cury, cita como mais preocupante o descuido com o dinheiro público. “O nosso dinheiro é mal aplicado e, pelo que eu me lembre, foram alguns milhões de Reais”. Já, o morador, Vanderlei Murer, considera que a obra é importante para incentivar o Turismo da região. “Se terminasse a obra seria melhor. Tem vizinho que é contra de trazer a Maria Fumaça pra cá, Eu sou a favor de desenvolver o Turismo na Região”.
O tema motivou uma ação do vereador Carmo Luiz (PSC), que protocolou um Projeto de Lei que institui a Política de Transparência de obras inacabadas em Campinas. Ele propõe a divulgação dessas obras inacabadas no site da Prefeitura Municipal e no Diário Oficial do Município. “Caso seja aprovado, a Prefeitura terá que informar um mapa com percentuais de obras paralisadas em cada região, com um gráfico ilustrando os principais motivos para a paralisação das obras e uma tabela onde haja uma transparência dos gastos”.
A prefeitura de Campinas informou que a Maria Fumaça não é uma obra paralisada, pois seria desenvolvida por meio de um convênio com o governo federal, mas não houve renovação por uma decisão administrativa. Com relação às outras obras apontadas, a prefeitura afirmou que a pavimentação e a drenagem do bairro Gleba B foram finalizadas.
No caso da ampliação do Centro de Saúde Santa Odila, as duas primeiras empresas colocadas na licitação foram penalizadas por terem apresentado irregularidades. O projeto foi readequado e uma nova licitação teve que ser feita. Na construção, reforma e ampliação do CEMEI Prof. Sônia Maria Perez, a empresa abandonou a obra e, por isso, foi necessária nova licitação e as crianças foram transferidas para um prédio alugado.
No caso do Ginásio do Centro Esportivo de Alto Rendimento, a justificativa é de que o projeto é antigo, com inconsistências, sendo necessário elaborar um novo projeto para aprovação junto à Caixa Econômica, que, no momento, está no processo licitatório. O projeto da Quadra Esportiva Jd Maracanã está sendo revisado e a obra será relicitada porque a empresa que estava realizando o serviço abandonou a obra e foi aberto um processo de penalização para a empresa.