Nas últimas semanas Campinas foi castigada com a umidade relativa do ar (URA) extremamente baixa. Praticamente, todos os dias, a cidade entrou em estado de alerta – quando o índice da umidade fica abaixo de 20%. O mês de outubro promete ter mais chuvas e umidade relativa do ar mais confortável para a população, que é entre 50 e 60%.
De acordo com o Ministério da Saúde, o ar seco eleva a concentração de poluentes, e pode aumentar em 50% o risco cardíaco de pessoas com alguma vulnerabilidade, como comprometimento coronário. O risco aumenta porque para manter a pressão arterial com esses vasos dilatados, o coração precisa trabalhar e bater mais forte. Além de o coração fazer mais esforço, os poluentes do ar promovem uma irritação no pulmão.
A médica Débora Patrocínio, coordenadora do Serviço de Pneumologia do Hospital PUC-Campinas, elenca outros riscos.
“Quanto aos riscos que são evidentes no período de baixa umidade, os principais estão relacionados às vias respiratórias. Lógico que há um ressecamento geral, de conjuntiva dos olhos, da pele”, diz.
Ela explica que a hidratação natural que vem com o ar fica comprometida. Nessa fase as mucosas tendem a ficar mais ressecadas, podendo causar sangramentos em indivíduos que têm essa propensão.
“As características é um ressecamento nasal, boca seca, a fala também pode ter períodos de interrupção, rouquidão, tudo o que gera um ressecamento das vias respiratórias”, explica.
Não é recomendado fazer exercícios ao ar livre das 10h às 16h, é essencial umidificar ambientes com bacias de água ou panos úmidos nas janelas. Também é importante aumentar a ingestão de líquidos, mesmo antes de sentir sede. Ainda segundo a médica, frutas, verduras e legumes, de uma forma geral, têm uma boa reposição de líquidos e devem ser consumidos.
A boa notícia é que o mês de outubro deve trazer um pouco de alívio no clima. Ana Ávila, pesquisadora do Cepagri da Unicamp, diz que a média de chuva esperada para o mês é de 117 milímetros.
“Espera-se que o mês de outubro de 2021 na região de Campinas seja de condições normais a ligeiramente acima da média, sobretudo na segunda quinzena do mês, quando são esperadas chuvas mais generalizadas e volumosas aqui na nossa região”, diz.
A pesquisadora adianta que na primeira quinzena há expectativa de chegada de uma frente fria associada a áreas de instabilidade que deve provocar chuvas mais generalizadas.
“Portanto, no mês de outubro espera-se uma redução dos dias com baixa umidade relativa do ar e temperaturas extremamente altas. Portanto um mês com maior umidade devido a maior cobertura de nuvens e chuvas mais frequentes que devem ocorrer no mês”, afirma.
