Praça Carlos Gomes ganhará revitalização e monitoramento

Foto: Francisco Lima Neto

A Praça Carlos Gomes, uma das mais antigas e charmosas de Campinas, já passou por várias fases do município. Atualmente, ela está inserida em um projeto de revitalização que envolve a iniciativa privada. O local fica em frente ao imponente Edifício Itatiaia e já foi cenário para a fundação do Guarani Futebol Clube, em 1911.

A Praça Carlos Gomes deve ganhar câmera de monitoramento, melhorias no coreto e no parquinho. A responsável pelo projeto é a empresa W. Holding, que vai abrir, no próximo ano, um boulevard com cerca de 48 lojas, além de um teatro e um piano bar, na sede social do Clube Semanal de Cultura Artística de Campinas, na Rua Irmã Serafina.

O CEO da empresa, Juliano Masserani, diz que junto com um grupo que luta pela preservação da praça, comprou uma câmera de monitoramento.

“Vamos colocar câmera em parceria com a Central Integrada de Monitoramento de Campinas (Cimcamp). Junto com esse grupo nós adquirimos uma câmera e rateamos o custo. Vamos cercar o parquinho, vamos pintar o coreto, já mandamos o projeto para a prefeitura para autorização e vamos fazer a decoração de natal no coreto”, adianta.

O espaço público nasceu em 1870, com o nome de Praça Sete de Setembro, que logo mudou para Praça da Proclamação. O nome atual só foi oficializado em 1880, em homenagem ao renomado compositor campineiro Antônio Carlos Gomes, nascido em 1836.

O presidente da Academia Campinense de Letras (ACL), o historiador Jorge Alves de Lima, conta que por pouco não foi instalado um teatro no meio da praça. Em 1886, a atriz francesa Sarah Bernhardt apresentou a peça A Dama das Camélias, no extinto Teatro São Carlos, e saiu reclamando das condições precárias do espaço. Por isso surgiu a ideia da construção de um novo teatro.

“Um dos maiores engenheiros de Campinas na época Ramos de Azevedo projetou um teatro para ser construído bem no Centro do Jardim Carlos Gomes. Porém a ideia não vingou”, conta.

De acordo com o historiador, a partir de então, a praça se tornou praticamente um esgoto a céu aberto. Jorge Alves de Lima, diz que a cadeia ficava na Praça Bento Quirino, e toda noite a polícia acompanhava os presos para que jogassem os resíduos fecais na Praça Carlos Gomes. A elite econômica fazia o mesmo.

“As baronesas de Campinas, a elite de Campinas usavam os escravos para levar as barricas de depósitos de imundície para o Jardim Carlos Gomes”, revela.

Segundo o presidente da Academia Campinense de Letras, ali foi o local que praticamente gerou a epidemia da Febre Amarela porque a sujeira era tanta que os mosquitos, vetores da doença, se multiplicavam com facilidade.

A Praça também está totalmente ligada à fundação do Guarani Futebol Clube. No dia 1º de abril de 1911, ocorreu na praça a reunião da fundação, com a presença de 12 jovens. À época, a praça era apenas um terreno com palmeiras imperiais, e era usada para o jogo de futebol. Depois de muita discussão em relação ao nome do clube, decidiram por “Guarany Foot-Ball Club”, em homenagem à obra mais conhecida do maestro Carlos Gomes. As cores do clube foram compostas pelo verde e branco, que faziam alusão ao verde da Praça e à luz do dia que o iluminava.

Jorge Alves de Lima lembra que somente ao longo do Século 20 houve a reurbanização e a Praça Carlos Gomes se tornou limpa e um local de lazer para a população.

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