PL apoia curso de defesa pessoal para mulheres vítimas de violência doméstica

Foto: Pixabay

Muitas mulheres passam por situações delicadas e outras têm sido vítimas de feminicídio na região de Campinas. Para que essa situação mude é necessário um longo trabalho e conscientização.

A Câmara de Sumaré, por exemplo, aprovou em unanimidade o projeto de lei que estabelece um curso de defesa pessoal para mulheres vítimas de violência doméstica. O “Reage, Maria” é de autoria do vereador Ney do Gás (Cidadania) e agora aguarda sanção do prefeito Luiz Dalben. Se aprovado, o curso poderá ser oferecido pela Prefeitura por meio da Guarda Civil Municipal ou de um profissional devidamente qualificado.

Esse tema divide opiniões. Para Larissa Facincana, autônoma, a proposta da defesa pessoal é positiva: “Eu acho super válido, porque toda mulher precisa ter uma defesa. Como na rua, toda mulher sofre algum tipo de assédio todo dia, então eu acho super válido ter essa defesa para a gente conseguir se defender, porque muitas não conseguem e acontece coisas piores”.

Já Graziele Alves, analista de crédito, afirma que essa medida precisa de atenção: “Eu acho válido até certo ponto, porque se a gente for pensar que o parceiro ou ameaçador estiver armado talvez seja até um risco maior. Precisa ter esse cuidado, porque a gente sempre imagina que o parceiro possa estar armado, é que a gente vê”.

O vereador Ney do Gás explica que o objetivo do projeto de lei é ajudar as mulheres a se defenderem e não incentivar a violência: “Infelizmente na hora que acontece a agressão a pessoa não tem para onde correr, como se socorrer. Se a pessoa tem um treinamento, até para se defender, já é alguma coisa de útil, uma ferramenta a mais para evitar a agressão. Em nenhum momento é o intuito de revidar ou agredir. Esse curso veio mais para se defender, se proteger desses agressores”.

Para Thais Cremasco, advogada e cofundadora do coletivo “Mulheres pela Justiça” a situação é bem mais complexa do que parece. A medida é válida, mas na verdade funciona apenas em um primeiro momento: “A defesa pessoal para mulheres em situação da violência é sem dúvida uma iniciativa positiva, assim como a maioria dos projetos que visam proteger as mulheres da violência doméstica, mas por outro lado é preciso que as pessoas compreendam que essa é uma iniciativa paliativa, que precisa vir acompanhada de um projeto de conscientização de todos, de que a sociedade que queremos é um lugar em que homens não se sintam no direito de agredir e violentar as mulheres”. A especialista afirma que é preciso erradicar a violência e não trabalhar apenas a vítima, mas conscientizar os agressores.

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