A Região Metropolitana de Campinas (RMC) criou 4.832 vagas de trabalho no mês de setembro, de acordo com levantamento do Observatório PUC-Campinas. Porém, o número ficou bem abaixo das quase 9 mil vagas abertas no mês de agosto. Segundo a economista Eliane Rosandiski, responsável pela análise dos dados, tanto no Brasil como na RMC existe um volume grande de pessoas desempregadas. Muitas vagas abertas são informais, com padrão de remuneração mais baixo. Segundo a economista, esse cenário aliado ao crescimento da inflação, cria incerteza porque o poder de compra do trabalhador está reduzido.
“Diante desse cenário de incerteza quanto ao comportamento da demanda futura, quanto à evolução dos preços, de certa forma trazem uma posição de cautela quanto à contratação de pessoas no mercado de trabalho. Tudo isso gera um cenário de maior instabilidade, de maior incerteza”, diz.
A maior parte dessas vagas geradas no mês de setembro foi no comércio e no setor de serviços, que se beneficiaram diretamente do afrouxamento das medidas de distanciamento social. Dessas vagas abertas, 65% foram ocupadas por pessoas entre 18 e 24 anos, o que segundo Eliane evidencia uma cautela.
“Isso acaba sendo consistente com uma estratégia de incluir na estrutura de emprego um trabalhador que tem um salário hora mais barato, porque geralmente os jovens entram numa posição mais baixa e recebe salário menor”, explica.
Para a economista do Observatório PUC-Campinas, essa estratégia mostra ainda uma insegurança quanto ao que vai acontecer na economia.