O setor industrial da RMC, a Região Metropolitana de Campinas, registrou aumento de 52,6% nas exportações e 25,3% nas importações. Os números comparam os nove primeiros meses deste ano em relação ao mesmo período de 2020.
Os dados da balança comercial foram reunidos pelo Observatório da PUC-Campinas. Paulo Ricardo Oliveira, professor e economista responsável pela análise, afirmou que apesar da inflação, alta do dólar e falta de alguns insumos, esse movimento positivo mostra que a economia está em recuperação.
“Esses dois movimentos de aumento representam uma retomada da atividade econômica. Pelo menos na indústria, que representa a maior parte dos bens que a gente chama de comercializáveis, os bens que em geral representam uma grande parte do mercado comercial global, que são bens industriais. A base de comparação, como 2020 foi bastante ruim para as exportações, facilita que a gente enxergue esses crescimentos mais expressivos em relação a baixa de 2020”, disse.
As exportações no início de 2021 atingiram o valor de US$ 3,4 bilhões, número 52,6% maior que em 2020. O especialista destaca a indústria de máquinas para a construção civil, que exportou US$ 129,4 milhões. O crescimento foi de 236,1% em comparação com 2020. Outro setor de destaque é o de automóveis, que teve aumento de 84,7% e faturou US$ 147,6 milhões.
A área que teve maior aumento de exportação foi de resíduos em metais preciosos. O crescimento foi de 1.014% em comparação com o ano passado, valor total de US$ 160,5 milhões.
No que diz respeito às importações, a alta entre janeiro e setembro deste ano, em comparação ao ano anterior, foi de 25,3%. O valor movimentado foi de US$ 11,1 bilhões. Um dos setores com alta foi da indústria de circuitos eletrônicos integrados, que negociou US$ 744,6 milhões, aumento de 16,1%.
A área que teve maior aumento de importações foi da indústria de peças e acessórios para máquinas de escritório. O total foi de US$ 404,1 milhões, alta de 61,3% em comparação com 2020.
Para outubro, novembro e dezembro, a expectativa é que os números continuem positivos: “Para esse final de 2021, o que a gente tende a observar é uma continuidade desse movimento de recuperação em relação a 2020. A pandemia, que afetou nesses últimos meses de forma mais contundente o mercado, está controlada na maior parte dos países. Se mantendo esse estado de coisas é um aumento, mesmo que mais modesto, das exportações e importações nos meses de outubro, novembro e dezembro”.