A região central de Campinas tem se tornado cada vez mais insegura, tanto pela quantidade de pessoas em situação de rua, quanto pelas invasões que vêm ocorrendo nas lojas durante a madrugada. A população reclama do assédio por parte dos pedintes, e os comerciantes apontam queda nas vendas, e prejuízo causado pelos estragos das ações de marginais.
Entre janeiro e setembro deste ano, vários crimes foram flagrados na região pela Polícia Militar (PM). Os registros somam 64 furtos, 25 roubos e 113 ocorrências de tráfico de drogas. Além disso, 33 foragidos da justiça foram encontrados e presos.
No mês passado, os comerciantes colocaram faixa na Rua Treze de Maio pedindo socorro às autoridades públicas. Sob anonimato, eles explicaram que o protesto ocorreu depois que um segurança particular foi espancado de madrugada, ao denunciar que três bandidos estavam furtando fios e outros materiais de uma banca.
Roberto Tavares, dono de loja, diz que começaram furtando ferragens de toldo de lojas, mas a situação tem piorado.
“Agora começaram a roubar disjuntores, relógio de água, fiação de loja e queimar para vender no ferro velho”, conta.
Ele diz que os prejuízos são ainda maiores porque os criminosos entram nas lojas pelo teto, e deixam o telhado e forro quebrados, e o interior revirado.
Maristela Luchetti, também dona de uma loja, aponta que há muita insegurança e que os comerciantes não têm recursos para contratar mais seguranças particulares.
“Hoje, o que mais a gente pede é a segurança à noite e uma política para os moradores de rua, política assistencial. A gente sabe que existe, mas ela não é suficiente, deve ser melhorada”, avalia.
O Tenente Coronel Adriano Augusto Leão, comandante do 8º Batalhão da Polícia Militar de Campinas, disse que é necessária atuação integrada.
“Existe eficiência por parte da PM, da Polícia Civil, Guarda Municipal, porém, para que nós tenhamos a eficácia, que é isso que todos nós queremos, que são os resultados, a sensação de segurança e realmente a segurança efetiva para as pessoas que estão ali nessa região central, principalmente, precisamos atuar de forma integrada”, disse.
Para Maria de Lourdes Soares, comandante da Guarda Municipal, as dificuldades da pandemia e o fato de pessoas comprarem itens roubados faz com que a criminalidade aumente. Ela cita outras ocorrências registradas no centro de Campinas.
“Nós tivemos recentemente algumas situações envolvendo furtos de lojas, mais especificamente na região da área central, furtos de fachadas de lojas, e algumas outras questões que envolvem fios, ferros, alumínio”, disse.
A Guarda Municipal informou que em apoio ao trabalho da Polícia, mantém rondas diárias na região central, além de fazer monitoramento por câmeras da Cimcamp. A GM ressaltou que intensificou operações para conter o comércio desses materiais furtados, e que no último dia 22, foi aprovada a lei complementar 313, que amplia medidas punitivas para quem comercializar irregularmente esses materiais.
Em relação à população em situação de rua, informou que a Administração Municipal desenvolve ações, com a oferta de diversos serviços, para amenizar a vulnerabilidade e propiciar a saída dessas pessoas das ruas.