Em meio à polêmica, usuários reclamam de espera na UPA Campo Grande

Foto: Arquivo

 

Em meio à polêmica sobre contratação de Organização Social para fornecer mão de obra, os usuários frequentes da UPA do Campo Grande, reclamam da demora em receber atendimento na unidade de saúde.

Michael Wendel diz que a unidade é boa, mas que a espera por atendimento é grande.

“Toda vez que eu venho aqui é sempre a mesma demora. O pronto socorro aqui é bom demais porque sai daqui medicado, tudo certinho. Mas é sempre a mesma demora”, diz.

Valdinei Paulo Mendes diz que tem dias que os pacientes desistem da espera. Ele conta que a esposa procurou atendimento na manhã de quarta-feira, mas foi liberada. De noite se sentiu mal, passou por novo atendimento e descobriu que tinha infartado.

“O atendimento é precário. A gente tem dia que vem aqui, fica 3, 4 horas, desiste e vai embora. Eu trouxe a mulher, ela está internada. Foi trazida ontem (quarta) de manhã, mandaram para casa, dizendo que ela não tinha nada. Agora está com infarto, vai ser transferida para o Ouro Verde”, afirma.

A Rede Mário Gatti informou que a esposa do Valdinei chegou na quarta à noite na unidade, foi constatado o infarto, ela foi medicada e ficou aguardando vaga para a transferência para o Hospital Ouro Verde, que ocorreu na quinta, e que não consta abertura de ficha antes do período noturno e que a unidade contava com três clínicos e três pediatras.

Com relação às reclamações de demora, informou que a unidade é porta aberta e atende a todos que procuram o serviço, priorizando os casos mais urgentes. Os menos graves, que poderiam ser atendidos em unidades básicas de saúde, precisam esperar mais pelo atendimento.

A Unidade, chamada Professor Sérgio Arouca, foi inaugurada em junho de 2008, na gestão do então prefeito Hélio de Oliveira Santos, e era uma reivindicação antiga da população do distrito, que soma cerca de 190 mil pessoas. A UPA tem 102 colaboradores, entre médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem e atende cerca de 450 pessoas diariamente.

A Rede Mário Gatti abriu chamamento público para contratação de entidade para fornecer mão de obra para a unidade, como forma de resolver o problema de falta de profissionais. A rede vai pagar R$ 16,5 milhões em dois anos.

Contudo, o processo foi suspenso por 30 dias na segunda (25), atendendo recomendação do Ministério Público (MP), porque o Instituto Saúde e Cidadania (ISAC), que ficou em primeiro lugar, é investigado pela Polícia Federal (PF) e pela Controladoria Geral da União (CGU) por supostos desvios de recursos no Tocantins e na Bahia.

O Instituto garante que é ficha limpa, que possui todas as certidões legais necessárias para o exercício das suas atividades e que já forneceu todas as informações necessárias para as investigações em que é alvo.

Luciano Robson Santos, diretor da área de Saúde do Sindicato dos Servidores de Campinas, diz que a entidade é contrária à terceirização e que deve acionar a Justiça.

“O sindicato já está movimentando, via judicial, ação contrária à contratação dessa OS, haja vista, os diversos processos trabalhistas e de desvios de recursos públicos Brasil afora”, afirma.

A Rede Mário Gatti informou que a recomendação do MP coincide com o procedimento adotado pela autarquia e que nenhum contrato é firmado antes da apuração da idoneidade da entidade que foi habilitada no processo e da legalidade dos atos.

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