A presença da população em situação de rua é uma dura realidade em Campinas e desde o início da pandemia é possível notar que a quantidade de pessoas nesta condição aumentou. Para colaborar no processo de ressocialização desse público, a Prefeitura do município realiza o projeto Recâmbio de Migrantes. A ação proporciona o retorno desses cidadãos às cidades de origem ou para onde possuem algum tipo de vínculo familiar.
Neste ano, entre janeiro e outubro, 248 pessoas voltaram para os municípios de origem. Em comparação com os anos anteriores, a quantidade de moradores atendidos aumentou. No ano passado 181 pessoas foram encaminhadas e em 2019 o total foi de 84. Por outro lado, a verba total disponível para o projeto em 2021 é de R$ 330 mil, mas foram usados até o momento 36% dessa quantia.
Vandecleya Moro, secretária municipal de Assistência Social, Pessoa com Deficiência e Direitos Humanos, explica que o trabalho vai além de levar o morador até uma outra cidade: “Não é apenas dar a passagem para quem quer retornar ao município de origem. É feita toda uma construção social para que aquela pessoa chegue até o local de origem na mínima condição social possível”.
Para participar do Recâmbio de Migrantes, o morador precisa se cadastrar no projeto. Depois ele recebe um abrigo transitório e passa por entrevista social. Os responsáveis pelo trabalho localizam a família, elaboram os documentos necessários, criam um cadastro único e realizam o recâmbio à cidade de origem. O usuário pode usar o serviço apenas uma vez.
Para Maria Angélica Batista, coordenadora geral da Proteção Social Especial, é de extrema importância reestabelecer vínculos familiares: “É fundamental oferecer a população em situação da rua a oportunidade de retornar para os locais onde possuem vínculos, na perspectiva de favorecer a convivência familiar e comunitária respeitando e fortalecendo os vínculos afetivos de origem já constituídos”.
Os pontos da cidade que ajudam a população em situação de rua a se inscrever no projeto são o Samim (Serviço de Atendimento ao Migrante, Itinerante e Mendicante), os Centros POP (Centros de Referência Especializados para População em Situação de Rua) e o CRAS (Centro de Referência de Assistência Social).