A retirada dos camelôs das ruas de Campinas, quando um shopping popular estiver pronto, em área do Complexo Ferroviário, próxima à Estação Cultura, será fundamental para a revitalização da região central, que há anos é alvo de reclamações de moradores e comerciantes por conta da degradação causada por imóveis abandonados, invadidos e pichados. Porém, no melhor dos cenários, isso só deve acontecer no segundo semestre de 2023.
A área onde o shopping será instalado pertence à União e foi repassada para o Município, que a cedeu para o Sindicato dos Empreendedores Individuais de Ponto Público Fixo e Móvel de Campinas (Sindipeic). O contrato do sindicato com a empresa responsável pela construção foi assinado na quinta (11). A obra, avaliada em R$ 128,2 milhões, será custeada pelos microempreendedores, e a previsão é de que comecem no início do próximo ano, com duração de 18 meses, mas ainda é preciso aprovar o projeto na prefeitura. Se todos os prazos forem cumpridos, os camelôs só sairão das ruas centrais no final de 2023.
Segundo Wanderley de Almeida, vice-prefeito e Secretário de Relações Institucionais, haverá grandes ganhos com a medida.
“O grande ganho público nessa questão é a liberação das vias públicas. Acho que essa talvez seja a principal iniciativa, buscando a revitalização da área central. Sairão todos os camelôs que hoje estão na área central, só fica o pessoal do entorno do Terminal Mercado”, disse.
Atualmente, de acordo com o sindicato da categoria, são cerca de 1.200 bancas na área central. No shopping popular serão mais de 1.600 boxes, distribuídos em quatro pavimentos, além de mais de 600 vagas de estacionamento. A área a ser construída é de mais de 42 mil metros quadrados.
“O combinado com a categoria e com o sindicato é que tão logo o shopping fique pronto, a gente remova todas as bancas que hoje estão na área central, libere as ruas para o uso comum e vai ser o poder de polícia e acompanhamento e fiscalização da prefeitura que não vai permitir que se instalem novos comerciantes nessa área. Isso faz parte do acordo”, afirmou.
Ainda segundo, o vice-prefeito, o sistema BRT também visa revitalizar o Terminal Central, com a liberação das vias do entorno apenas para acesso de ônibus e passageiros.
Wanderley de Almeida adiantou que parte da área do Complexo Ferroviário, deve ser destinada para empreendimentos imobiliários, e que o prefeito Dário Saadi tenta conseguir uma revitalização das partes tombadas. A área toda é da União e tem prédios cedidos para a prefeitura, como o da Estação Cultura.
“A área é da União, ela deve fazer leilão, vender parte da área que pode ser edificada e em contrapartida, quem for edificar revitaliza o restante da área, os prédios históricos, tombados, e entregar para a municipalidade”, finaliza.