A Câmara de Vereadores de Campinas teve clima quente durante a sessão desta segunda-feira (13). Os vereadores acataram o parecer da Comissão Processante e encerraram a investigação contra o vereador Nelson Hossri (PSD) por quebra de decoro, em sessão do dia 8 de novembro, em que houve tumulto e uma mulher teria cometido injúria racial contra a vereadora Paolla Miguel (PT). O relatório da Comissão teve 21 votos favoráveis ao arquivamento e seis contrários.
O parecer da Comissão foi divulgado na última sexta, depois da apresentação da defesa de Hossri. O presidente, Paulo Haddad (Cidadania), e Paulo Gaspar (Novo) votaram pelo arquivamento, já a relatora, Paolla Miguel, defendeu a continuidade das investigações.
Desde o começo da sessão, um grupo de populares pedia que as investigações continuassem, e os vereadores fizeram discursos contundentes a favor e contra o parecer da Comissão.
Paolla Miguel, disse que não ficou satisfeita com o resultado, pois, segundo a vereadora, houve tentativa de agressão na sessão do dia 8.
“Eu acredito que houve quebra de decoro, sim. É mais do que necessário que a gente tivesse tempo de aprofundar as investigações, aprofundar aquilo que vem acontecendo nessa Casa reiteradas vezes, contra outros vereadores também”.
Nelson Hossri comemorou o resultado e disse que foi vítima de uma injustiça.
“Não houve quebra de decoro, não houve agressão. Houve sim uma grande injustiça e politicagem para tentar me derrubar, pois luto contra a corrupção, contra as drogas, contra o aborto, pela transparência, pela família, pautas que a esquerda abomina”
Mesmo após o arquivamento da Comissão Processante, o clima continuou tenso porque ainda estava na pauta do dia a votação, em segunda discussão, do projeto que cria o Regime de Previdência Complementar.
Esse PL foi aprovado na sessão do último dia 1º de janeiro e cria a previdência complementar, além de instituir o pagamento pelo teto aos servidores da Prefeitura.
Pela proposição, as pessoas que ingressarem no funcionalismo receberão o valor atual pago pelo INSS, de R$ 6,4 mil. A mudança só vale para aqueles que forem contratados após a nova lei.
Atualmente, o servidor que se aposenta recebe a quantia integral, cujo máximo é R$ 23,9 mil (salário do prefeito). Já no caso dos procuradores, o teto é de R$ 35,4 mil.
Após muitas discussões e ataques entre os vereadores, o projeto foi aprovado com 24 votos favoráveis e seis contrários.