Faltam recicláveis para coleta seletiva de Campinas

Foto: Leeno Nunes

Existem três variáveis para a reciclagem preconizadas pela Política Nacional de Resíduos Sólidos, que são os resíduos secos, como papel e plástico, o úmido, restos de comida e o contaminante, como fraldas e lixo de banheiro, por exemplo. Para o resíduo úmido, o reaproveitamento depende de um sistema de compostagem e no caso do contaminante são necessárias usinas recicladoras mais avançadas.

Já, o reaproveitamento dos resíduos secos é feito pela indústria recicladora, num processo que inclui compradores intermediários e cooperativas de reciclagem. Ou seja, no caso de Campinas, o que é recolhido pelo caminhão da coleta seletiva vai para as cooperativas, que fazem a preparação desse material para que ele seja adquirido pelos compradores intermediários.

No entanto, essa coleta seletiva é de apenas 2%, apesar dos resíduos secos representarem 20% de todo o lixo produzido pela população da cidade. O motivo é que falta material reciclável de boa qualidade para ser recolhido pelo caminhão de coleta seletiva da prefeitura. De acordo com o diretor do Departamento de Limpeza Urbana de Campinas, Alexandre Gonçalves, não adianta colocar mais caminhões rodando na cidade para fazer esse tipo de coleta porque a demanda é muito baixa.

Para reverter essa realidade, Alexandre afirma que o próprio morador de Campinas pode contribuir, separando o resíduo seco do úmido antes de levar para a lixeira.  Ele explica que é compromisso do cidadão separar o lixo e fazer a destinação correta, como preconiza a Lei Nacional de Resíduos Sólidos, através da chamada responsabilidade compartilhada.

Alexandre alerta também para a forma correta de descartar esse material, que deve ser lavado para evitar a contaminação orgânica com resíduos da comida, por exemplo. Todo esse processo é muitas vezes visto como complicado pela população. Mas, na verdade, quando ele passa a se tornar um hábito, tudo fica mais simples. A sociedade cobra mais campanhas de conscientização e programas de Educação Ambiental para que a população passe a adotar práticas mais sustentáveis.

O que, de acordo com Alexandre, tem sido feito, através das secretarias de Educação e do Verde e no próprio DLU. No entanto, para Maíra de Souza Pereira, fundadora do ViraSer, um programa de Logística Reversa de Resíduos, ainda faltam campanhas de conscientização. Para Maíra, é preciso também ser exposto com mais clareza, os dias de coleta seletiva e a orientação para que residências, empresas e condomínios realmente façam essa separação na fonte.

No site da prefeitura tem um link onde é possível fazer uma consulta por endereço dos dias e horários da passagem do caminhão de coleta seletiva e os pontos de coleta voluntária, que são os chamados ecopontos, espalhados pela cidade.  Na próxima reportagem desta série vamos entender na prática como é possível contribuir para a coleta seletiva da cidade.

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