As cooperativas de reciclagem de Campinas representam uma peça fundamental na engrenagem da coleta seletiva da cidade. Elas são responsáveis pelo tratamento e a separação do resíduo seco de acordo com o tipo material, como papel, vidro, plástico, alumínio. Após essa triagem, o material já separado é enviado às prensas, onde é compactado para que seja vendido às empresas recicladoras, através de compradores intermediários.
Todo esse material, então, se transforma novamente em matéria-prima, gerando a chamada circularidade que vai evitar que os resíduos sólidos sejam enviados aos aterros. Para Maíra de Souza Pereira, fundadora do ViraSer, um programa de Logística Reversa de Resíduos, apesar desta contribuição fundamental ao meio ambiente, as cooperativas são injustiçadas neste processo.
Maíra explica que as cooperativas desafogam o custo de aterramento, geram trabalho, renda e cidadania, mas só recebem pelas toneladas vendidas, sem receber pela mão de obra, como preconiza a Política Nacional de Resíduos Sólidos. Para complicar ainda mais a situação das cooperativas em Campinas, o material da coleta seletiva da cidade ficou ainda mais escasso com a pandemia.
De acordo Solange Alarcon, presidente da Cooperativa Aliança, além da contribuição para o meio ambiente, as cooperativas de reciclagem são geradoras de trabalho e renda, empregando pessoas que não encontram oportunidades no mercado de trabalho e garantindo o sustento especialmente de famílias, cujas mulheres são chefes de família. Para Solange, falta educação ambiental e há pouco incentivo dos órgãos públicos.
Solange Alarcon faz um apelo para que a sociedade contribua, incentivando a coleta seletiva em condomínios e locais de trabalho. Ela lembra que a coleta seletiva depende de um ato simples de cada cidadão. Solange também orienta a lavagem do material que estiver sujo de comida ou gordura antes de descartar para evitar a contaminação orgânica. Solange faz um convite para que todos contribuam com este ato de amor ao planeta.
O Departamento de Limpeza Urbana de Campinas informou que falta material reciclável de boa qualidade para ser recolhido pelo caminhão de coleta seletiva da prefeitura, mesmo com informações adequadas sobre esta coleta no site da prefeitura e programas de educação ambiental nas escolas.
