Impulsionado pelas vendas de natal, o faturamento do comércio na Região Metropolitana de Campinas registrou um crescimento de 5,8% no mês de dezembro. Apesar do indicador ser positivo, o número não é bem avaliado, segundo informou a economista do Observatório PUC-Campinas, Eliane Rosandiski. Ela explica que a inflação acumulada no ano passado ficou em 10,06% e que por esse motivo, os produtos ficaram mais caros.
E com os produtos mais caros, e possível que o faturamento registrado no mês de dezembro tenha absorvido essa alta acumulada nos preços e não ter registrado um crescimento real, esperado neste período do ano. “Embora ele seja tido como um número positivo, como nós estamos falando em faturamento, há de se pensar um pouco na composição dos gastos e principalmente na inflação. Porque quando a inflação eleva muito os preços, muitas vezes você tem um aumento nominal, porém isso não se reflete num aumento real da possibilidade de compra que está sendo realizada”, afirma.
Segundo os dados apresentados pela Associação Comercial e Industrial de Campinas, nas vendas físicas, o faturamento do comércio de Campinas, em dezembro de 2021, foi calculado em R$ 3,081 bilhões. No mesmo mês do ano anterior, o valor foi de R$ 2,912 bilhões. Na Região Metropolitana de Campinas (RMC), o faturamento no período passou de R$ 6,934 bilhões para R$ 7,336 bilhões.
Para este ano, o cenário ainda não permite uma projeção mais otimista para o setor. Para a economista Eliane Rosandiski, o poder de compra do brasileiro diminuiu e a inflação tem um reflexo muito negativo numa eventual retomada econômica. “Já temos um cenário aí de demanda relativamente fragilizada. A demanda não está tão potente assim, a ponto de impulsionar tão fortemente o nível de atividade como gostaríamos. Até porque o salário real está caindo, seja pelo valor nominal dos salários, seja pela inflação, que está tirando um pouco do poder de compra”, acredita.
Em dezembro de 2021, as vendas em supermercados evoluíram em 10,5%, drogarias e farmácias cresceram em 4,1% e, nos postos de combustíveis, 8,5%. Já em relação aos bens duráveis, o segmento de materiais de construção foi o que mais cresceu, 4,1%, seguido de vestuário, com alta de 1,5% e bares e restaurantes, com aumento de 1,2%.