As discussões sobre a exigência do chamado passaporte vacinal ganharam novo capítulo na Câmara de Campinas, que realizou uma audiência púbica para debater o assunto. O tema, que vem gerando fortes discussões desde o ano passado, segue polêmico e elevou o tom das discussões dentro do legislativo municipal. Em novembro do ano passado, o vereador Nelson Hosri, do PSD, apresentou um projeto de lei que proibia a exigência de apresentação do cartão de vacinação contra a covid-19 para acessos públicos ou privados.
Agora, os vereadores do PSOL, Mariana Conti e Paulo Bufalo, protocolaram um substitutivo ao projeto original, com conteúdo oposto, determinando que Campinas passe a exigir o comprovante. A audiência foi presidida pelo vereador Major Jaime, do PP, e contou com a participação de especialistas, que em sua maior parte, defendem o fim da exigência do passaporte vacinal. Durante a sessão online, Major Jaime disse que muitas pessoas ainda têm dúvidas sobre a segurança das vacinas contra a covid-19 e que por isso o assunto deve ser discutido.
Ele disse que a audiência não tem caráter negacionista e que é preciso ouvir opiniões que não seriam difundidas pela imprensa ou mesmo pelas redes sociais. “Ninguém aqui, como vem sendo propagado, vem sendo falado, as pessoas (…), eu sou contra a vacina, não é isso. A gente quer informação. A gente quer transparência. Infelizmente pelos meios de comunicação a gente não está tendo isso. Uma parte da imprensa não traz, as redes sociais muito menos. Então isso é importante, que as pessoas estão buscando e querem o melhor para suas famílias e querem o melhor para o país”, disse.
A vereadora Mariana Conti foi uma das poucas vozes a favor do passaporte vacinal a participar da audiência. Ela criticou o modo como a sessão foi organizada, já que apenas o ponto de vista do negacionismo, segundo ela, foi levado à discussão. Para a parlamentar, essa é uma opinião de uma minoria da população, que não tem nenhuma amparo científico. “Essa audiência aqui passa uma falsa impressão, uma mentira, de que as posições que foram defendidas aqui são majoritárias na comunidade científica e nos órgãos de saúde ou pelos especialistas. O fato é que as posições são minoritárias. Não tem ninguém aqui, não foi convidado ninguém que defenda uma posição que é a da comunidade científica, das universidades e da maioria da sociedade. Porque a maioria da sociedade defende a vacina e está experimentando os efeitos benéficos da vacina”, afirmou.
A audiência pública aconteceu na tarde desta quarta-feira, 16, e foi transmitida online nos canais da Câmara Municipal.