Os caminhoneiros que passam pela região estão revoltados com o reajuste no preço do diesel, anunciado pela Petrobras e que passou a vigorar nesta sexta-feira. Eles afirmam que o aumento prejudica ainda mais uma categoria que já vinha sofrendo com o valor do combustível. A estatal elevou o preço do diesel em 25%, passando o preço médio do litro de R$ 3,61 para R$ 4,51.
Considerando a mistura obrigatória de 10% de biodiesel e 90% de diesel a para a composição do diesel comercializado nos postos, a parcela da Petrobras no preço ao consumidor passará de R$ 3,25, em média, para R$ 4,06 a cada litro vendido na bomba. Uma variação de R$ 0,81 por litro. Valores que pesam no bolso de quem depende do combustível para trabalhar.
O caminhoneiro Dejair Lima disse que num momento de fragilidade econômica como o atual, o reajuste equivale a um pisão no pescoço da categoria. “Não tem condição. O pessoal pisa no nosso pescoço mesmo. Isso tudo é gerado em cima do diesel. O país nosso gira em torno do diesel”, afirma. Para Tadeu Oliveira, o reajuste inicia uma reação em cadeia, onde o caminhoneiro é quem mais sai perdendo. “Aumenta o diesel, aumenta o frete. Só que várias empresas ganham o aumento. Só que no caso da gente, que somos terceiros, não tem repasse. Fica mais difícil ainda”, disse.
Foram 57 dias sem reajuste no preço de combustível, segundo informou a Petrobras. Segundo a estatal, a volatilidade resultante da guerra da Ucrânia não foi repassada de imediato e os valores refletem parte da elevação dos patamares internacionais de preços de petróleo, impactados pela oferta limitada frente a demanda mundial por energia. Outra justificativa pelo reajuste é que a alta foi necessária para que o mercado brasileiro continue sendo suprido, sem riscos de desabastecimento, pelos diferentes atores responsáveis pelo atendimento às diversas regiões brasileiras: distribuidores, importadores e outros produtores, além da própria Petrobras.