A sondagem industrial divulgada pelo Ciesp Campinas referente a fevereiro deste ano aponta que mesmo com a Guerra os resultados foram positivos para o setor da Indústria da região de Campinas na comparação com a sondagem do mês anterior. A lucratividade foi maior ou permaneceu estável para 74% dos empresários consultados.
De acordo com o diretor titular do Ciesp Campinas, José Henrique Toledo Corrêa, em Janeiro, 42% tinham apontado lucratividade negativa, enquanto em fevereiro esse percentual baixou para 26%. Outro dado que chama a atenção de forma positiva é o aumento dos estoques, com 34% dos empresários indicando aumento e 40% sem alteração.
Ao analisar esse dado em conjunto com os dados sobre vendas, que também aumentaram, José Henrique explica que as empresas estão aproveitando o momento favorável para comprar matéria prima em quantidade maior para conseguir preços reduzidos. Apesar disso, o confronto armado na Europa preocupa o setor da indústria e já causa impacto para 33% dos empresários consultados, enquanto 47% preveem impactos para os próximos meses.
Foi iniciada ainda uma pesquisa sobre o impacto da Guerra na Ucrânia para o Comércio Exterior da Região de Campinas. De acordo com Anselmo Riso, diretor do departamento de comércio exterior do Ciesp-Campinas, esse acompanhamento inédito da indústria ainda não inclui dados estatísticos, mas já aponta que na região houve impacto nas importações em Sumaré e Paulínia, que são muito dependentes do bloco Rússia e Ucrânia para a aquisição de insumos para fertilizantes.
Em síntese, para o comércio exterior, a guerra gera impacto nos custos logísticos, do frete marítimo e de matéria prima, além da elevação do preço do pão, já que a Rússia é o maior exportador de trigo do mundo e tem sido afetado economicamente pelo conflito com a Ucrânia.