O aumento de até 10,89% no preço dos medicamentos gerou indignação de alguns consumidores de Campinas. A consumidora, Valéria de Oliveira, se preocupa com a mãe dela que depende de medicação contínua. “Não é o momento de reajustar este item de primeira necessidade, num momento de dificuldade financeira.”
O reajuste foi calculado com base no IPCA, além de fatores ligados à produtividade de cada setor, seguindo uma resolução da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos para a qual as empresas produtoras devem apresentar relatório de comercialização até o dia 10 de abril. Apesar da indignação da maioria, uma parte dos consumidores, como Pedro de Paula, entende a decisão. “O governo federal fica sem alternativa, com vários reajustes, em especial, o combustível”.
O aumento do petróleo é realmente a principal justificativa para este aumento. De acordo com o presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Insumos Farmacêuticos, Norberto Prestes, o petróleo é utilizado para produzir o insumo, que é o principal ativo da produção da maioria dos medicamentos. Ele explica que alguns ativos farmacêuticos sofreram aumentos que chegaram a 200%, sem contar o aumento no preço da logística que chegou a 300%, também por causa da crise do petróleo.
A matéria prima para a produção das embalagens dos medicamentos, como a tinta, também é produzida a partir do petróleo. Os preços não poderão ser superiores aos publicados pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos no portal da Anvisa e o comércio varejista terá que manter à disposição dos consumidores e dos órgãos de proteção e defesa do consumidor as listas dos preços de medicamentos atualizadas.