A dengue que está em alta este ano em Campinas provoca, entre outros sintomas, a dor no fundo dos olhos. E não é apenas este sintoma mais comum que preocupa. A dengue pode causar sequelas nos olhos ou sintomas mais perigosos, como a oclusão vascular, conhecida como trombose, que diminui a visão e aumenta o risco de hemorragia intraocular. Por isso, oftalmologistas alertam que a demora na busca por tratamento pode causar distúrbios graves na visão. O médico oftalmologista, Thiago Silveira, do Vera Cruz Hospital, recomenda a quem é acometido pela dengue, que realize um exame de fundo de olho logo após o diagnóstico da doença. “Em caso de dor nos olhos ou visão turva, a recomendação é consultar um oftalmologista imediatamente”.
No entanto, mesmo a dengue clássica, considerada menos perigosa, pode afetar o segmento posterior dos olhos e a retina. O motivo é que para combater o vírus nosso sistema imune forma anticorpos que alteram o sangue, como, por exemplo, a diminuição das plaquetas, que podem causar hemorragia ocular. Neste caso, pode ser necessária até uma cirurgia para evitar a cegueira irreversível, que ocorre quando a parte central da retina é atingida. Já em quadros inflamatórios intensos, Thiago Silveira afirma que o tratamento pode ser feito com medicação. “Entre os distúrbios decorrentes da dengue, há ainda a hemorragia subconjuntival, deixando a parte branca do olho congestionada de sangue. Apesar de a aparência impressionar, pode não se tratar de um problema grave, que desaparece em semanas sem uso de medicação”.
Para evitar o problema, a melhor prevenção é cada um fazer sua parte, eliminando criadouros do mosquito transmissor da doença. Um levantamento do Devisa aponta que 80% dos criadouros estão dentro de casa. O último levantamento feito pela prefeitura, em 19/04, aponta 18 bairros de Campinas sob risco na cidade. Na região Leste, os Jardins Novo Flamboyant e Proença, na Noroeste, o Pauliceia e Satélite Íris 1, Norte, os bairros Vila Padre Anchieta, Jardins Rosália, Eulina e América e Barão Geraldo, na região Sudoeste, os bairros mais atingidos são o Núcleo 28 de Fevereiro, DIC 2 e os Jardins Aeroporto, São João, São Pedro de Viracopos e Sul, Parque Oziel,Vila Georgina e Jardins das Bandeiras, Campo Belo e São Bernardo.